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31.10.11
27.10.11
26.10.11
25.10.11
24.10.11
amanhã
[Não posso adiar o amor para outro século]
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
não posso adiar
ainda que a noite pese século sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
não posso adiar o coração
[António Ramos Rosa, Faro, 1924]
In Maria Alzira Seixo, Os poemas da minha vida, Público, Lisboa, 2005
O nº4 da revista Cultura ENTRE Culturas é dedicado a António Ramos Rosa e será lançado amanhã, dia 25 de Outubro, às 18.30, numa homenagem em que o poeta estará presente: Residência Faria Mantero, Praça de Dio, n.º 3, em Lisboa. Este número tem o tema "Poesia e Filosofia", dedicando ao poeta um caderno de 60 páginas com muitos textos e desenhos inéditos do Poeta, além de estudos e testemunhos sobre a sua obra, da autoria de vários especialistas e amigos. O lançamento constitui uma Homenagem ao Poeta, no seu 87º Aniversário. A apresentação será feita por Maria Teresa Dias Furtado (Universidade de Lisboa) e António Cândido Franco (Universidade de Évora).
21.10.11
a nossa agenda é verde
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente do governo de Lula da Silva, dá hoje uma conferência no ciclo «Ambiente: porquê ler os clássicos» na Fundação Calouste Gulbenkian, auditório 2, pelas 18h30. A não perder.
20.10.11
16.10.11
14.10.11
Marcha com a MMM
MMM, Lisboa, 15.10.2011
Paris, 12.10.2011
Podes saber mais, aqui:
http://www.marchamundialdasmulheres.blogspot.com/
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento internacional de acção feminista, anti-capitalista e anti-patriarcal que, desde o ano 2000, vem afirmando a sua intervenção em mais de 150 países.
Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Justiça e Paz são os valores que norteiam a nossa acção. A MMM estará presente na manifestação de dia 15 de Outubro.
Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Justiça e Paz são os valores que norteiam a nossa acção. A MMM estará presente na manifestação de dia 15 de Outubro.
Podes saber mais, aqui:
http://www.marchamundialdasmulheres.blogspot.com/
Email: mmmulherespt@gmail.com
12.10.11
cinema e género
Em 2012 realizar-se-á a segunda edição do FemCine, no Chile, um festival de cinema das realizadoras iberoamericanas. Espreita aqui.
11.10.11
10.10.11
7.10.11
tri-nobel da paz
O nobel da paz foi atribuído a três mulheres: as liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul Karman. Vamos engalanar as ruas da cidade das mulheres e pavimentá-las de flores :) A última mulher a consegui-lo, em 2004, tinha sido Wangari Maathai (Quénia).
ato? não. acto I, modalisboa
está a decorrer a 37ªedição da modalisboa. agora instalada em pleno terreiro do paço, no pateo da galé, os desfiles de criadores/as para a próxima primavera/verão 2012 decorrem neste outono-verão! com o público todo que cabe naquele espaço e mais algum ;) siga a história no seu dia a dia aqui. os filmes que fazem a trans-fusão entre o cinema e a moda podem ser vistos no cinema nimas entre hoje e domingo, pelas 21h30.
5.10.11
A nossa jóia sufragista (II)
No dia 16 de Abril de 1878 nascia na Guarda a mulher que iria ser a primeira eleitora em Portugal e em toda a Europa do Sul, uma destacada activista republicana e militante feminista, Carolina Beatriz Ângelo, filha de Viriato António Ângelo e de Emília Barreto Ângelo. Depois de frequentar o Liceu na sua terra natal, rumou à capital onde estudou durante dois anos na Escola Politécnica e cinco na Escola Médico-Cirúrgica, concluindo o curso em 1902, ano do seu casamento com o primo, médico e republicano, Januário Barreto.
Pioneira a vários níveis, Carolina Beatriz Ângelo defendia o serviço militar obrigatório para as mulheres (ainda que limitado a funções administrativas) e, não obstante a oposição da família, foi a primeira mulher na prática cirúrgica, sendo a primeira médica portuguesa a operar no Hospital de S.José. Só mais tarde ela viria a dedicar-se à especialidade da Ginecologia.
Em 1906 CBA aderiu ao Comité Português da Associação Feminina Francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes – criada em França por Sylvie Flammarion em 1899 a agremiação que visava uma resolução dos conflitos internacionais, de arbitragem exclusivamente feminina.
Recenseada com o nº2513, CBA votou nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, ocorrida a 28 de Maio de 1911. O facto teve lugar na Assembleia Eleitoral de Arroios - instalada no Clube Estefânia (não na rua Alexandre Braga, onde hoje se situa, mas sim nas suas antigas instalações da Rua de D.Estefânia) – e teve larga repercussão tanto na imprensa nacional, como estrangeira. Num trabalho publicado em 1991, João Esteves afirmava que «mesmo tratando-se de um acto isolado, e também por isso mesmo, representou um passo importante na reafirmação sufragista das feministas portuguesas». Num artigo do mesmo investigador para a revista Faces de Eva nº11 defende que «Nunca uma dirigente feminista tinha sido objecto de tantas entrevistas, crónicas, debates e polémicas, sendo os títulos elucidativos da importância do que estava em causa (...); “O triunfo do feminismo – O voto da mulher em Portugal – Um jornal holandês [De Amsterdammer Weekblad woor Nederland] publica uma interessante entrevista com a sra.D.Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher que votou em Portugal” (A Vanguarda, 18/7/1911).»
Aos 33 anos de idade, no dia 3 de Outubro de 1911 falecia Carolina Beatriz Ângelo, de síncope cardíaca. Teve, como era seu desejo, «enterro civil e em tudo democrata» e foi sepultada no Cemitério dos Prazeres. Deixou orfã uma filha de oito anos, Maria Emília Ângelo Barreto, tendo expressamente exigido aos membros da família que se abstivessem de a vestir de luto. A morte da primeira eleitora portuguesa foi noticiada por vários jornais nacionais, e pelo semanário Votes for Women, orgão das sufragistas inglesas.
Os Estudos sobre as Mulheres, a História das Mulheres, os Estudos Feministas e de Género continuam a dedicar muita da sua atenção ao legado de cidadania, deixado por esta e por muitas outras mulheres.
Pioneira a vários níveis, Carolina Beatriz Ângelo defendia o serviço militar obrigatório para as mulheres (ainda que limitado a funções administrativas) e, não obstante a oposição da família, foi a primeira mulher na prática cirúrgica, sendo a primeira médica portuguesa a operar no Hospital de S.José. Só mais tarde ela viria a dedicar-se à especialidade da Ginecologia.
Em 1906 CBA aderiu ao Comité Português da Associação Feminina Francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes – criada em França por Sylvie Flammarion em 1899 a agremiação que visava uma resolução dos conflitos internacionais, de arbitragem exclusivamente feminina.
Recenseada com o nº2513, CBA votou nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, ocorrida a 28 de Maio de 1911. O facto teve lugar na Assembleia Eleitoral de Arroios - instalada no Clube Estefânia (não na rua Alexandre Braga, onde hoje se situa, mas sim nas suas antigas instalações da Rua de D.Estefânia) – e teve larga repercussão tanto na imprensa nacional, como estrangeira. Num trabalho publicado em 1991, João Esteves afirmava que «mesmo tratando-se de um acto isolado, e também por isso mesmo, representou um passo importante na reafirmação sufragista das feministas portuguesas». Num artigo do mesmo investigador para a revista Faces de Eva nº11 defende que «Nunca uma dirigente feminista tinha sido objecto de tantas entrevistas, crónicas, debates e polémicas, sendo os títulos elucidativos da importância do que estava em causa (...); “O triunfo do feminismo – O voto da mulher em Portugal – Um jornal holandês [De Amsterdammer Weekblad woor Nederland] publica uma interessante entrevista com a sra.D.Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher que votou em Portugal” (A Vanguarda, 18/7/1911).»
Aos 33 anos de idade, no dia 3 de Outubro de 1911 falecia Carolina Beatriz Ângelo, de síncope cardíaca. Teve, como era seu desejo, «enterro civil e em tudo democrata» e foi sepultada no Cemitério dos Prazeres. Deixou orfã uma filha de oito anos, Maria Emília Ângelo Barreto, tendo expressamente exigido aos membros da família que se abstivessem de a vestir de luto. A morte da primeira eleitora portuguesa foi noticiada por vários jornais nacionais, e pelo semanário Votes for Women, orgão das sufragistas inglesas.
Os Estudos sobre as Mulheres, a História das Mulheres, os Estudos Feministas e de Género continuam a dedicar muita da sua atenção ao legado de cidadania, deixado por esta e por muitas outras mulheres.
4.10.11
3.10.11
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