Desde pequena que a adega era o local-palavra, na casa da família paterna (leia-se casa dos avós). Na região Oeste fazia parte da cultura local, com uma expressão visível em cada casa. É este primeiro travo de infância associada à memória do nome que aqui deixo em jeito de comentário muito pessoal mas transmíssivel no rodapé de uma primeira leitura ao livro «Portuguese Contemporary Wine Architecture» (José Manuel das Neves, com introdução de Jorge Figueira, pela Uzina Books). O passeio proposto por esta obra leva-nos de Norte a Sul. Bebe-se ao longo de cinco partes, por um território tão rico (como tão bem nos fala Orlando Ribeiro em Portugal o Mediterrâneo e o Atlântico), a começar no Vinho Verde, depois Porto & Douro, descendo ao centro e Sul, para desaguar em Lisboa & Tejo e, finalmente, mergulhar nos Açores. Por vezes, sentimos estar a folhear também um livro de fotografia sobre aquilo que nos surge retratado: a paisagem e o construído. O equílibrio entre coisas tão magníficas como a palavra, a arquitectura e o espírito invísivel do vinho é dado pelo desenho gráfico de Clara Pontes. A fotografia da capa transporta-nos numa onda (de Baco?) na crista das melhores adegas desenhadas por arquitectos/as. À vossa. Tchim tchim.
Cristina L. Duarte
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