24.12.19

Conto (contigo) no Natal

Natal aproxima-se como se fosse um aparelho a fazer-se à pista. A angústia da aterragem é sempre a mesma. Os que já partiram, há muito ou há pouco tempo fazem(me) falta. Ontem entrei numa igreja na rua Garrett e lá estavam as figuras no presépio, entre outras que povoam a fé humana. O menino estava ao colo e não nas palhinhas deitado, parece que só hoje o colocam em modo berçário, percebi isso através de um amigo que também ontem entrou naquela igreja, outra hora. Também vi a santa Rita de Cássia, santa das causas impossíveis (não serão todas?). Mas a que me impressionou ontem mais foi a das dores, com um punhal espetado ... Para (o)sentir basta ter coração. Voltando ao ponto de onde parti, a floresta de onde saiu esta árvore e o avião que me vai levar deste texto para fora: saiu das mãos do Adelino, para pousar no ramo desta árvore de Vina. Festas felizes.

cristina l. duarte




16.12.19

Alguém chamou?

Chamada de artigos para o Congresso da EASA (European Association of Social Anthropologists). Painel 0150Fashion: uses and practises of clothing on a moving world.

13.12.19

«posso ver a sua mochila?»


«posso ver a sua mochila?» - claro, respondo ao agente da autoridade, na entrada para o concerto do grupo que não sendo nacional é mesmo bom: The National. Segunda pergunta, Dele: «não tem nenhuma bomba (na mochila)?» - não, esqueci-me. Arrumei tudo à pressa. Lol. Entramos, eu e a Paula, best friend, como todas as que tenho. Agora, vamos ao que interessa. Onde é que está a barraca das cervejas? Lol ah ah cá está ela. Por acaso é um balcão, uma coisa decente, sempre estamos na praça de touros do campo pequeno, em Lisboa. Só não se vêem bandarilhas. De resto, a arena tem só seres humanos. O palco, lembra-me um oratório de tão bem iluminado. Se fosse portuguesa a banda, eu diria que era ‘mão’ do pedro leston. Três rapazes movem-se à volta da mesa de som, e nós, estamos na bancada, não muito longe, de frente para o palco, que revelaria pouco tempo depois nove músicos, entre os quais, matt, o cantor, kate, a cantora. Podiam ser mais, mas dado que já íamos na segunda cerveja, este meu número total não é de fiar.
Agora, o turbilhão de sensações - quando as músicas que eu conheço ecoam por toda a praça -  é impossível de descrever aqui. Levam-me para territórios que não são explicáveis facilmente. Algumas letras conheço, outras não, outras ainda não consegui apreender, mas o som tava óptimo e o matt e parceira de palco eram / são fabulosos. A qualidade dele como artista é brutal. Porque canta para cada um(a) de nós o que quer dizer para todos e todas. Fala com cada um, dirige-se mesmo às pessoas, recolhe cartazes, boneco(s) e atira-se para a turba avançando avançando avançando… quem lhe dá lastro é um assistente de palco que merece tudo, incluindo o melhor ordenado : ) não deixa nunca o matt, destravado, desatinado, doido mesmo (o que adorei ver), entregue a si, dáva-lhe fio como quem pesca à linda. Adoro ver isto : a relação de trabalho entre uma equipa, artística e técnica.
Agora nós. De coração cheio, depois de dançar, cantar (espero poder estudar as letras das músicas para numa próxima estar à altura dos meus concidadãos) e deslizar por esse estado emocional de felicidade (dura por poucas horas), fui aterrar a um sítio público, e deixei lá o telemóvel, que recuperei meia hora depois. Ó gente boa! Obrigada por seres quem sois. Amo-te Matt.