Abriste com arcade fire, no cars go... que não te vás embora
sem saber que geraste uma imensa comunidade de ouvintes, todos diferentes todos
iguais, mas atenção, todos com os ouvidos postos em ti, porque a tua voz (nos)
merece, a tua música que é de todos também. Agora já estou a dançar, ‘por
incrível que pareça’, that’s life maria inês.
Sobre arcade fire: outra amiga, socióloga, deu-me a conhecer
os arcade. Depois, fui ao concerto deles (um dos) e encontrei o zé pedro ,
naquele festival que é só marcas à volta. O palco era um grande cenário de
teatro, com cortina cor de vinho e candelabros gigantes. Que este seja o teu
cenário, magnífico, como tu. Não te esqueças de nós, e conta-nos depois onde andas,
por mim, desde que eu a tenha, apanho-te na grande rede.
Daqui a nada tenho de sair e continuar a ouvir-te aí sim na
rádio do carro, como quase sempre acontece. Não, não vou levar rímel, então ao
volante o perigo é duplo, as lágrimas são perigosas na condução, por causa da
visibilidade....
Duarte pinto coelho chama-te a ninfa do douro, absolut
begginners não é, cada um no seu tempo mas unidos através deste poderoso meio
que é a rádio. Sabes inês, preciso de escrever para digerir o que está a
acontecer. a vida, a mim, transcende-me, e tudo é muito sentido, posso dizer-te
aqui que o meu próximo livro, primeiro de ficção, se chama exactamente assim:
«sinto muito», história de uma rapariga que sentia tudo muito.
Claro que a canção do bowie leva-me também para aquela manhã
em que ao ouvir a sua música na tua emissão, pressenti, só isso é tanto, que
ele tinha desaparecido. Confirmou-se. Foi através de ti, ao volante, que eu
soube isso. Mais um dia de perigo ao volante, não pelo efeito do rock’n’roll,
mas mais tears’n’roll.
Cativarás sempre os teus ouvintes, estes, e os próximos. Agora
tenho de fazer uma pausa.
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