28.2.20

Not the Last... o primeiro dia do resto da tua vida, inês (II)

Abriste com arcade fire, no cars go... que não te vás embora sem saber que geraste uma imensa comunidade de ouvintes, todos diferentes todos iguais, mas atenção, todos com os ouvidos postos em ti, porque a tua voz (nos) merece, a tua música que é de todos também. Agora já estou a dançar, ‘por incrível que pareça’, that’s life maria inês.
Sobre arcade fire: outra amiga, socióloga, deu-me a conhecer os arcade. Depois, fui ao concerto deles (um dos) e encontrei o zé pedro , naquele festival que é só marcas à volta. O palco era um grande cenário de teatro, com cortina cor de vinho e candelabros gigantes. Que este seja o teu cenário, magnífico, como tu. Não te esqueças de nós, e conta-nos depois onde andas, por mim, desde que eu a tenha, apanho-te na grande rede.
Daqui a nada tenho de sair e continuar a ouvir-te aí sim na rádio do carro, como quase sempre acontece. Não, não vou levar rímel, então ao volante o perigo é duplo, as lágrimas são perigosas na condução, por causa da visibilidade....
Duarte pinto coelho chama-te a ninfa do douro, absolut begginners não é, cada um no seu tempo mas unidos através deste poderoso meio que é a rádio. Sabes inês, preciso de escrever para digerir o que está a acontecer. a vida, a mim, transcende-me, e tudo é muito sentido, posso dizer-te aqui que o meu próximo livro, primeiro de ficção, se chama exactamente assim: «sinto muito», história de uma rapariga que sentia tudo muito.
Claro que a canção do bowie leva-me também para aquela manhã em que ao ouvir a sua música na tua emissão, pressenti, só isso é tanto, que ele tinha desaparecido. Confirmou-se. Foi através de ti, ao volante, que eu soube isso. Mais um dia de perigo ao volante, não pelo efeito do rock’n’roll, mas mais tears’n’roll.

Cativarás sempre os teus ouvintes, estes, e os próximos. Agora tenho de fazer uma pausa.

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