«O texto é a única forma de identificar o sexo e a humanidade de alguém porque, ó poeta estranho, o sexo de alguém, é a sua narrativa. A sua, ou a que o texto conta, no seu lugar. Assim o sexo será como for o lugar do texto.
Quando se deseja alguém, como tu desejas Infausta, e ela deseja Johann, é o seu lugar cénico que se deseja, os gestos do texto que descreve no espaço e chamar-lhe precioso companheiro; de mim, direi que fui uma vez enviado, trouxeste a frase que nunca antes leras, o meu corpo a disse, e não reparaste que ficaste com ela escrita.»
Maria Gabriela Llansol (1931-2008), Lisboaleipzig 2 (1994).
Na foto, uma das suas últimas obras, Amigo e Amiga - curso de silêncio de 2004, publicada pela Assírio & Alvim (Lisboa, 2006).
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