Em entrevista concedida a Alain Drouot, em Lucerna, Suiça (em Novembro de 2001), Lauren confessa que em toda aquela década de trabalho com a Vienna Art Orchestra aprendeu a ser mais forte, como música e como mulher, já que eram todos homens num grupo 13 pessoas. Aprendeu além disso a desenvolver a sua voz de uma maneira diferente e segundo uma linguagem musical própria. É esperado que um (a) músico(a) de jazz saiba improvisar sobre as mudanças, o que conseguia fazer até certo ponto, mas só mais tarde veio a desenvolver esse aspecto mais aprofundadamente.
Para Lauren Newton foi muito bom afastar-se daquela orquestra, pois isso significou «afastar-se da distracção de estar numa grande banda onde uma pessoa pode ser facilmente esquecida enquanto ser individual».
Depois, veio a trabalhar com Anthony Braxton e com outros músicos e músicas: The Vocal Summit, com Bobby McFerrin, Jeanne Lee, Jay Clayton, e Urszula Dudziak. Trabalhou também com Maria João, durante um par de anos, e fizeram concertos juntas. Desde 1990 que tem o seu quarteto vocal composto por ela própria, pela alemã Elisabeth Tuchmann, e por dois homens - os austríacos Oskar Mörth e Bertl Mütter.
Outro projecto que tem desenvolvido é um duo com Joëlle Léandre, voz e contrabaixo, uma admirável combinação para a improvisação livre. Para Lauren o que Joëlle, como outras mulheres, está a fazer na cena do jazz é fantástico, mas continua a sentir que é ainda um mundo de homens. «Estou tão habituada, que já nem penso nisso. (...) Mas muitas mulheres estão interessadas em tocar jazz. Veja-se quantas estão na clássica. Entre cantores, a maioria são mulheres. Tenho alguns rapazes entre os meus alunos, mas sempre que dou workshops, quase sempre há mais mulheres».
Na fotografia, o grupo vocal Timbre, no Jazz em Agosto, dia 11.
Foto: Joaquim Mendes/Cortesia Fundação Calouste Gulbenkian.
http://www.laurennewton.com/index.htm
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