A Cidade das Mulheres soube esta manhã que tinha falecido Madalena Barbosa. As feministas portuguesas estão de luto, por este desaparecimento. Amanhã, o seu livro «Que força é essa», é apresentado em Lisboa [ver post de dia 20], como estava previsto, mas agora, num lançamento póstumo. Aqui fica a devida homenagem, assinada por Manuela Tavares.
Que Força é essa, amiga?
“Ainda dizes que eu sou feminista radical?”, perguntaste com um sorriso, numa das minhas últimas visitas ao hospital. “Claro que sim, respondi de forma veemente. “Se não fosses tu e algumas poucas como tu, os contributos desta corrente não teriam cá chegado”. Sorriste de novo, com os olhos a brilhar, num rosto marcado pela doença, mas que persistiu até ao fim em manter a dignidade e uma força que foi um exemplo para todas nós.
Recordo-te na conversa frontal, no teu entusiasmo quando falavas das feministas de outros países, um pouco desgostosa, porque por cá as coisas não eram bem assim. Mas compreendias politicamente os contextos. Um texto teu, que encontrei recentemente no nosso centro de documentação, assim o testemunha.
Recordo-te, quando te convidámos para a Comissão Promotora do Congresso Feminista deste ano, ao qual já não consegues chegar, e do teu “muito obrigada por se terem lembrado de mim”, como se fosse possível ignorar-te.
Recordo-te, quando no teu leito de morte, te transmiti uma mensagem da Lígia Amâncio e me tornaste a dizer: “obrigada”.
Obrigada, dizemos nós Madalena.
Obrigada pelo teu exemplo, pela persistência, pela tua frontalidade, às vezes incómoda, pela tua clareza até ao fim.
Obrigada por te teres afirmado sempre feminista em toda a dimensão da tua vida.
Obrigada.
“Ainda dizes que eu sou feminista radical?”, perguntaste com um sorriso, numa das minhas últimas visitas ao hospital. “Claro que sim, respondi de forma veemente. “Se não fosses tu e algumas poucas como tu, os contributos desta corrente não teriam cá chegado”. Sorriste de novo, com os olhos a brilhar, num rosto marcado pela doença, mas que persistiu até ao fim em manter a dignidade e uma força que foi um exemplo para todas nós.
Recordo-te na conversa frontal, no teu entusiasmo quando falavas das feministas de outros países, um pouco desgostosa, porque por cá as coisas não eram bem assim. Mas compreendias politicamente os contextos. Um texto teu, que encontrei recentemente no nosso centro de documentação, assim o testemunha.
Recordo-te, quando te convidámos para a Comissão Promotora do Congresso Feminista deste ano, ao qual já não consegues chegar, e do teu “muito obrigada por se terem lembrado de mim”, como se fosse possível ignorar-te.
Recordo-te, quando no teu leito de morte, te transmiti uma mensagem da Lígia Amâncio e me tornaste a dizer: “obrigada”.
Obrigada, dizemos nós Madalena.
Obrigada pelo teu exemplo, pela persistência, pela tua frontalidade, às vezes incómoda, pela tua clareza até ao fim.
Obrigada por te teres afirmado sempre feminista em toda a dimensão da tua vida.
Obrigada.
21 de Fevereiro de 2008
2 comentários:
Estou imensamente comovida porque não sabia o que aconteceu à Milena.
Há anos que não a via, foi importante tê-la conhecido.
perda imensa...
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