28.5.09

o maravilhoso mundo da p a l a v r a

ESCRITA CRIATIVA PARA CRIANÇAS : ateliers com Ana Leonor Tenreiro na Casa Semente, Alvalade, em Lisboa.

O que é uma história? Como se faz? Para que serve? Onde se escondem as ideias? De que é feita a imaginação? Para escrever é preciso ter jeito? Destinado ao público de “palmo e meio”, estes ateliers vêm ajudar as crianças a viajar pelo mundo das histórias, sem medo das palavras, com a confiança própria da Infância. Graças a divertidos jogos/exercícios de escrita - que anda de mão dada com o desenho e o teatro! -, todos são convidados a inventar, construir e partilhar histórias. Não deixem a caneta fechada no estojo e o papel guardado na gaveta! Apareçam aos sábados na casinha Semente, em Lisboa!
Eu sou a Ana Leonor Tenreiro [altenreiro@gmail.com] e vou estar convosco durante o mês de Junho, todos os sábados à tarde, das 15h30 às 17h! Ou muito me engano, ou este mês vai ser cheio de sonhos e aventuras! E há lá melhor maneira de começar o Verão?
Para crianças dos 6 aos 9 anos abrimos um segundo atelier para crianças dos 10 aos 12 a partir de 5 crianças interessadas! Contacte-nos! Quando? Todos os sábados de Junho, dias 6, 13, 20 e 27- Das 15h30 às 17h00. Onde?- Na Casa Semente, uma acolhedora casinha em Alvalade
Como chegar? - De metro, saída Alvalade/ Av. da Igreja. Subir a Avenida na direcção da Igreja, pelo lado direito do passeio; ao chegar à estação dos Correios virar à direita (na esquina, para a R. José Duro), andar alguns metros e virar novamente à direita, logo na primeira transversal (chão em calçada de pedra), e andando mais 5 metros chega a uma casa baixinha com um pequeno jardim florido! Está na Semente!

27.5.09

OMA

Hoje, 27 de Maio, pelas 11h, a UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) convida a comunicação social para uma iniciativa na Praça do Comércio, em que serão divulgados os dados finais do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) relativos a 2008, assim como os casos de homicídio já recolhidos para 2009. Simultaneamente, no Ministério da Administração Interna (MAI), será entregue um dossier com toda a informação recolhida, relativa aos 46 casos de homicídio de 2008.



25.5.09

Faces de Eva 21


É apresentada esta quarta-feira, dia 27 de Maio, a edição 21 da revista Faces de Eva.Estudos sobre a mulher (CESNOVA - FCSH/UNL), às 18h00, na Fundação Calouste Gulbenkian. O tema de capa desta edição é Madalena Azeredo Perdigão, primeira directora e impulsionadora do Serviço Acarte, após ter dirigido o Serviço de Música (até 1975). Criado porque «fazia falta no panorama cultural português um serviço voltado para a cultura contemporânea e actividades artísticas de vanguarda» nascia no Centro de Arte Moderna a 17 de Abril de 1984 o Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte.
Semestral, esta revista é editada pela Colibri, e tem desde o seu início como directora Zília Osório de Castro. A presente edição é coordenada por Joana Henriques e Isabel de Jesus.

24.5.09

Os direitos da mulher e da cidadã, segundo Olympe de Gouges


Segunda-feira, dia 25 de Maio, pelas 20h30, no Instituto Franco-Português (Av. Luís Bivar, 91, Lisboa) há leitura encenada por Elsa Solal e Diogo Dória: «Olympe, la décapitée de la République», seguido de um debate sobre A MULHER NA POLÍTICA com Elsa Solal (escritora, actriz e professora universitária), Diogo Dória (actor), Irene Pimentel (historiadora), Maria Belo
(psicanalista, ex-deputada europeia e professora universitária) e Sandra Monteiro (directora do Le Monde diplomatique - edição portuguesa). A entrada é livre.

22.5.09

II CICLO DE MULHERES PALHAÇO

Está a decorrer em Lisboa, na Costa do Castelo, na Tenda do Chapitô, o II ciclo de mulheres palhaço.
Nola Rae
Natural de Sidney, emigrou para Londres muito nova. Estudou Ballet na Royal School em Londres e mais tarde tornou-se actriz mimo e aperfeiçoou as técnicas mímicas estudando em Paris com Marcel Marceau. Amante de Shakespeare, Nola Rae trabalha com John Mowat, encenador da Companhia Chapitô, diversos textos do autor, transformando tragédias shakespearianas em comédias. Mas é a partir de 1990, com Elisabeth’s Last Stand, que Nola muda radicalmente o seu estilo transformando personagens da comédia dramática em personagens contemporâneos, as quais reflectem os vícios e medos do dia a dia.

Elisabeth’s Last Stand
No final da sua vida, quando tinha 70 anos, Isabel I de Inglaterra permaneceu de pé, durante 15 horas, no tribunal, período após o qual, persuadida pelos já exaustos pajens, sentou-se. Receosa, ela nunca mais se voltou a levantar. Esta é a imagem que inspirou o espectáculo e o seu título “Elisabeth’s Last Stand”. Em todas as mulheres vive uma Isabel I. Uma mulher que é forte, poderosa, esperta, receosa, apaixonada e controladora. Até mesmo na tímida Betty (personagem baseada na avó paterna de Nola Rae) reside, à espreita, uma rainha.

Duração: 1H30M
Direcção: Simon McBurney
Coreografia: Nola Rae
Música: Peter West
Público-alvo: A partir dos 8 anos
Gardi Hutter - Joana D’Arppo
Tenda do Chapitô
Quinta a Domingo / De 21 a 24 de Maio / 22h
Bilhetes: 10€

Gardi Hutter
Natural da Suíça, estudou na Academy of Dramatic Arts em Zurique e no CRT - Centro di ricerca
per il teatro. Enquanto actriz cómica representou peças de Aristófanes e como clown conta com mais de 2700 performances exibidas em mais de 22 países.
Também escritora, publicou três obras para crianças e uma par adultos.
Joana D’Arppo
Uma desmazelada lavadeira sonha em tornar-se uma heroína tal como o foi Joana D’Arc, mas na ausência de temíveis inimigos ela transforma a sua lavandaria num grotesco campo de batalha. Num estilo de comédia trágica, Joana D’Arppo é uma parábola aos dias de hoje pelas mãos de uma desgrenhada, furiosa, suja, louca, tocante a poética mulher-palhaço.
Duração: 80 minutos
Texto original: Gardi Hutter e Ferruccio Cainero
Direcção: Ferruccio Cainero
Interpretação: Gardi Hutter
Público-alvo: A partir dos 8 anos
Laura Herts - A Won Woman Show
Tenda do Chapitô
Quinta a Domingo / De 28 a 31 de Maio / 22h
Bilhetes: 10€

Laura Herts
Natural de Washington DC, descendente de uma família de imigrantes judeus da Alemanha, os Marx Brothers, célebres comediantes do período pósguerra, Laura Herts cresceu entre o humor e o riso. Cedo iniciou tournées artísticas e aos 19 anos descobre a paixão pela arte mímica promovendo os seus próprios espectáculos pela Europa, Israel e Estados Unidos da América. Apostada em combinar as Técnicas de Teatro com as Técnicas de Mímica, Laura Herts estou na School of Mime-Theatre Lassaad, na Bélgica, e fez formação em Teatro Físico, Clown com Máscara, Máscara Neutra e Objectos Mímicos para Teatro. Em 2001 forma a Companhia “The Travelling Laughter Association” com a qual tem viajado por todo o mundo.
A Won Woman Show
Gladys vai ao teatro para ver um filme e depara-se ela mesma em palco, no filme da sua vida. Uma comédia dramática que se apresenta como a história de uma vulgar mulher de meia-idade, porém um pouco excêntrica, que acredita que o marido está presente, ainda que não esteja de facto. À medida que Gladys vai caindo na realidade de um mundo difícil para as mulheres, ela consegue gerir e encontrar o verdadeiro sentido da vida por detrás da sua própria condição social, deixando que o destino lhe proporcione a experiência da descoberta da liberdade.
Duração: 1H20 minutos
Texto original: Laura Herts
Direcção: Laura Herts, Jango Edwards e Raffaella Benini
Coreografia: Laura Herts
Interpretação: Laura Herts
Público-alvo: A partir dos 8 anos
De 21 a 31 de Maio.

21.5.09

O cinema era o nome dele do meio

Quando em 2006 tive a sorte de ser convidada por uma produtora para participar no documentário sobre João Pedro Bénard da Costa (7.02.1935 - 21.05-2009) pude aproximar-se dele para o entrevistar - o que aconteceu em duas sessões não contínuas - e admirar o anfitrião/programador/director da casa que mais frequentei nos anos 80 e 90 - a Cinemateca Portuguesa. Depois de tantos filmes e mais filmes (e muitos, revistos) aproximar-me e entrevistá-lo foi, não só, o fim de um ciclo, como a secreta sensação de «a coisa certa no sítio certo». O mundo era justo e o meu quinhão de justiça no que ao cinema diz respeito e a Bénard (um e outro, são por vezes o mesmo) estava resolvido. As duas entrevistas que lhe fiz foram longuíssimas, mas com ele, o 'tempo ardeu que nem pau de fósforo'. O guião do documentário em causa foi construído mediante material vindo dessas duas entrevistas e de mais quase duas dezenas de entrevistados/as. Uma orquestra de vozes, amizades, afectos, cinefilias, e lugares através das quais se teceu entre mim e o realizador José Carlos Santos o documentário «No tempo do cinema» (produção: Panavídeo), estreado em Dezembro de 2006, na rtp:2 (repete hoje à noite).
Como não há mais palavras para definir a tristeza que sinto hoje nesta cidade das mulheres -imaginando que a esta hora a Greta Garbo com aquela voz tão Ninotchka tem finalmente acabada de chegar ao céu uma voz com um timbre à sua altura -, deixo aqui uma pequeníssima citação in memoriam João Bénard da Costa: «quando se está a falar sobre um filme e das nossas afinidades com o filme ou não, afinidades para bem, ou para mal, somos nós que estamos ali, é inseparável a relação, sou eu que estou em relação aquele filme, não é mais ninguém.»
Cristina L. Duarte

20.5.09

Generarte

A artista portuguesa Andrea Inocêncio irá apresentar uma performance na primeira edição do Festival Generarte em Buenos Aires, um festival de artes de, e para todos os géneros que persegue os seguintes objectivos: «dar visibilidade à perspectiva de género para uma vida sem discriminação e com mais igualdade; fortalecer o intercâmbio intercultural através da participação de artistas de várias nacionalidades e origens; dar visibilidade ao Instituto Social y Político de la Mujer (ISPM) y del Servicio de Voluntariado Europeo. Os temas desta edição que se realiza entre 28 e 30 de Maio são o Mainstreaming de género, Igualdade de oportunidades, e o Diálogo intercultural.

19.5.09

Madalena

A edição 21 da Revista Faces de Eva.Estudos sobre a mulher será lançada no próximo dia 27 de Maio, pelas 18h00, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. O tema de capa é Madalena Azeredo Perdigão.


18.5.09

museu (II)










No dia internacional dos museus aqui deixo a memória recente de idas ao museu: de cima, para baixo - museu de ponta delgada (2004, são miguel, açores); museu nacional de etnologia, actual exposição «mulheres de naya» (a não perder), e panos da guiné-bissau; «100% bronze, o corpo e o traje» (maio 2007), museu nacional do traje; «entre a palavra e a imagem» (2007), museu da cidade. visita um museu! ou dois :)

museu m e n a (revival)

se houvesse o (tal) museu m e n a, estas seriam algumas das obras patentes, ou o início da colecção - mesmo que tivesse de contar com o contributo dos nossos museus (reais:)

parabéns mena! para o dia do teu aniversário esta é a banda sonora imaginária - deolinda, três músicos e uma cantora que estão de parabéns, pois ganharam ontem o globo de ouro para melhor revelação - uma música alegre, colorida, rica musicalmente e cantada em português e talvez por isso um pouco nostálgica, mas não muito. ao vivo, assemelha-se a teatro musical. ganharam ontem o globo de ouro para melhor revelação.

foto: «dance», paula rego.


foto: colar (Ouro; Período: Bronze Final: c.900-700a.c.); arrecadas e brincos (Ouro; Período: 2ªIdade do Ferro), Castro da Cabeça de Vaiamonte, Monforte, Portalegre. Espólio Museu Nacional de Arqueologia.


foto: «Meninas» de Sarah Afonso (1899-1983). Pintora, ilustradora, desenhadora.

foto: «territórios do brilho», Dulce Ferraz, joalharia contemporânea.


«Deolinda» (2008).

17.5.09

Ouvir Antony


antony esteve no coliseu dos recreios, em Lisboa, na quinta dia 14. terá sido uma noite memorável, para quem o ouviu. como o foi aquela noite de maio em 2005, quando se apresentou na aula magna, com o seu grupo, e como já tinha sido para mim a descoberta da sua voz num concerto que houve há meia dúzia de anos em Coimbra, com lou reed, onde antony participou. a cidade das mulheres não queria deixar de partilhar esta canção, a última do concerto de quinta no coliseu, para sentirmos a voz deste cantor ímpar. para quem quiser «ouvi-lo» lendo-o, consulte o Observer de hoje, onde Peter Conrad o entrevista, e onde antony fala também de Portugal.

16.5.09

O dia C

lembrei-me de olhar para o calendário, com olhos de ver, e memória a funcionar. não é que se fez luz, sobre este dia já de si tão iluminado? há três anos iniciei este 'jornal de parede electrónico' ou blogue :) o dia hoje é portanto de comemoração na cidade das mulheres. impõe-se aqui um agradecimento especial a todas aquelas que me têm lido e às minhas colaboradoras e colaboradores informais, que não são muitas, mas são boas. obrigada Eduarda, obrigada Nati, obrigada Mena, obrigada manuel, obrigada miss Soares, obrigada jorge, obrigada Almerinda, obrigada Cat! um agradecimento (póstumo) a Christine de Pisan (n. Pisa, 1363), pois foi a ela que fui buscar o nome para dar a este blogue, e não ao filme com o mesmo nome, de Federico Fellini, como se poderia também pensar.
e claro um agradecimento geral a todos os visitantes do blogue, e aos comentários que vão deixando e que são bastante motivadores para que o meu trabalho continue a ser feito.
em Março houve um (outro) dia para o qual fui desperta - o Dia da Ada Lovelace (1815-1852), fundadora da computação científica. era filha de Lord Byron, mas isso na sua história equivale a dizer-se que ela nem o conheceu, pois tinha quatro meses quando Lord Byron partiu em viagem (o poeta andava sempre em viagem, vindo a morrer na Grécia, em 1823). Adiante. O dia Ada Lovelace foi motivo para um grupo de artistas ligado à internet (netbehaviour.org) estabelecer ligações entre si, partindo de uma pergunta simples: 'quem foram as mulheres que te inspiraram?' Às vezes é dificil responder: são tantas. Entre as mulheres da minha família, a todas as amigas e às feministas (do passado, e do presente), a cidade de repente cresce, as ruas e avenidas surgem atapetadas de flores, nos coretos há música de todos os estilos - desde a erudita, ao jazz, passando pelo pop-rock-folk - e há esplanadas de riso. falta ainda um toque de cinefilia, mas por isso mesmo se abriu agora um drive in, de cinema ao ar livre, onde passam as fitas de sempre e as outras, mais novas. Atenção: há uma ligação imaginária a Cannes para se verem os filmes de Jane Campion, «Bright Star», de Isabel Coixet «Map of the sounds of Tokyo», de Mia Hansen-Love «Les Péres de mes enfants», de Pedro Almodovar «Etreintes brisées», de Quentin Tarantino «Inglourious Basterds», e de João Pedro Rodrigues «Morrer como um homem». a presidente do júri da 62ªedição do Festival de Cannes (a decorrer até dia 24) é uma actriz de se lhe tirar o chapéu: Isabelle Huppert.
E como eu já escrevi em guiões de outro tempo, também nosso, «não nos perca de vista» aqui na cidade das mulheres.
Cristina Duarte

Até que o dia se faça noite... nos museus

O dia internacional dos museus, a 18 de Maio, começa a ser comemorado HOJE. Veja como, onde, e divirta-se! tome um banho de cultura!


Foto: Instalação Andrea Inocêncio, «A chuva não cai da lua», patente em junho/julho 2008, na galeria pedro serrenho, inserida no programa cultural do congresso feminista 08.


13.5.09

Campanha 50/50 (II)

Mulheres e Homens na Participação Política 2009

Este é um ano decisivo para a democracia: é um ano de eleições e de nomeações. Na Europa, para o Parlamento Europeu e para a Comissão Europeia. Em Portugal, para a Assembleia da República, Autarquias e Governo. A participação igual de mulheres e homens é uma exigência da democracia. E qual é a situação actual? No Parlamento Europeu, 75% da representação portuguesa é assegurada por homens; 79% dos deputados eleitos para a Assembleia da República são homens; em 2007, foram eleitos 39 homens e 8 mulheres para a Assembleia Regional da Madeira; na Assembleia Regional dos Açores, apenas 15,8% de deputados eleitos é do sexo feminino; nas autarquias, 6,2% das Presidências são asseguradas por mulheres; e 21% das vereações são desempenhadas por mulheres. As eleições europeias estão a aproximar-se rapidamente! Assine a campanha por uma igual representação das mulheres nas posições de tomada de decisão na Europa, se quiser reforçar a sua voz pela igualdade entre mulheres e homens ao mais alto nível da política europeia. Conheça o video da campanha em Portugal.

A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres organiza o Seminário Paridade e participação política, na próxima sexta-feira, dia 15 de Maio, em colaboração com a Representação da Comissão Europeia em Portugal, no âmbito da Campanha 50/50 - Mulheres e Homens na Participação Política .
O seminário terá lugar no Auditório da Representação do Parlamento Europeu em Lisboa (Largo Jean Monnet, nº 1, 6º). A participação é gratuita mas sujeita a inscrição até 14 de Maio para plataforma@plataformamulheres.org.pt.
Aqui se deixa o programa.

PROGRAMA
15:30 – 16:00: Recepção e registo de participantes
16:00 – 16:30: Sessão de abertura
Sofia Fernandes – Presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres
Margarida Marques – Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal
Edite Estrela - Vice-Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade de Género do Parlamento Europeu
16:30 - 17:30: Igualdade entre mulheres e homens na participação política – A Campanha 50/50
Cécile Greboval – Coordenadora da Campanha 50/50 do Lobby Europeu das Mulheres
Ana Gomes – Eurodeputada
Regina Tavares da Silva – Consultora em Igualdade entre Mulheres e Homens do Conselho da Europa e das Nações Unidas
Marta Costa – Representante de Portugal no Lobby Europeu das Mulheres
17:30 - 17:35: Visualização do spot da Campanha 50/50 em Portugal
17:35 - 18:15: Debate
18:15 – 18:45: Sessão de encerramento
Elza Pais – Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género
Ana Coucello – Vice-Presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres

8.5.09

London calling

Apontar na agenda: «women's edition», Londres, dia 10 de Maio, debate sobre o(s) feminismo(s). Entretanto, mais em pleno Verão, e na Universidade de Nottingham realiza-se no dia 2 de Julho um workshop aberto a estudantes de doutoramento, bem como a investigadores, subordinado ao tema «Exploring Feminist Dilemmas: A Problem-Centred Workshop».

6.5.09

E depois das conferências, o cinema na BMRR

Entre a próxima sexta-feira e dia 15 de Maio é possível ver cinema documental na Biblioteca-Museu República e Resistência (Espaço Cidade Universitária), na Rua Alberto Sousa, 10 A - Zona B do Rego, em Lisboa. Mas nesta quarta-feira, às 18h30, ainda há tempo para assistir a «Marginalidades e Lazeres» por Paulo Guinote e Emília Ferreira, a última conferência do ciclo «As mulheres na 1ªRepública. Percursos e imagens», organizada por Faces de Eva.Estudos sobre a mulher (CESNOVA/FCSH/UNL).

Quanto aos filmes da BMRR, eis o calendário.


8 Maio: China Blue de Micha X. Peled 87', EUA, 2005, às 18h30
Um impressionante documento sobre os efeitos secundários da globalização, vista através do árduo quotidiano de jovens trabalhadoras de uma fábrica de calças de ganga na China. As condições de trabalho que Jasmine e as suas colegas adolescentes estão sujeitas no dia-a-dia desrespeitam todas as normas laborais internacionais. O que é ainda mais agravado quando o proprietário da fábrica fecha um importante negócio com um cliente ocidental e começa a exigir horas extraordinárias às trabalhadoras para cumprir a encomenda.

11 Maio: Sisters in Law de Kim Longinotto e Florence Ayisi 106' Reino Unido, 2005 , às 18h00
Em Sisters in Law encontramos duas mulheres camaronesas que tentam levar o estabelecimento da justiça, através do exercício da lei, num contexto marcado pela tradição de abuso e de violência sobre os mais fracos. As vítimas são quase sempre mulheres e crianças. No filme, seguimos algumas dessas vítimas quando encontram quem defenda os seus direitos na pessoa destas duas advogadas e nas suas corajosas actividades nas ruas, nos tribunais e nas prisões. Este filme obteve o Grande Prémio do IDFA 2005, e o Prémio Pobreza Zero no Doc Lisboa 2006.

13 Maio - Oxalá Cresçam Pitangas, de Kiluange Liberdade e Ondjaki, 60', às 19h.

15 Maio - Pesadelo de Darwin, de Hubert Sauper, 106', às 18h.

5.5.09

Migrantes

Irá realizar-se amanhã, dia 6 de Maio, uma conferência de imprensa para lançamento da Carta Aberta sobre políticas de imigração, pelas 17h, no Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL) - Picoas Plaza (Rua Viriato, 13 E-1º).

Carta Aberta sobre políticas de imigração

A todas as cidadãs
A todos os cidadãos
Aos responsáveis dos Órgãos de Soberania
Aos Partidos Políticos


O ano de 2009, ano para o qual está prevista a realização três actos eleitorais, é um momento decisivo para o debate sobre as opções a tomar em temas cruciais como é o caso das políticas de imigração. Mais de um ano após a entrada em vigor da nova Lei de Imigração, as expectativas criadas aquando da sua aprovação não foram cumpridas e, embora a nova lei visasse tentar minorar alguns dos aspectos mais gravosos verificados na anterior, são inúmeras as situações de injustiça com as quais os/as imigrantes se deparam no seu dia-a-dia, das quais destacamos:
· O carácter excepcional e oficioso dos mecanismos de regularização, a exigência de visto de entrada e o rotundo fracasso da política de quotas têm alimentado uma bolsa de indocumentados/as, que neste momento serão de mais de meia centena de milhar;
· Os crescentes entraves colocados ao reagrupamento familiar, à renovação de documentos e os exorbitantes valores das taxas pagas pelos/as imigrantes são outros dos problemas enfrentados. Estas práticas e políticas em nada favorecem a inclusão dos/as imigrantes na sociedade portuguesa, contribuindo, pelo contrário, para o crescimento trabalho ilegal, para a desumanização das relações de trabalho e para acentuar as desigualdades sociais.
É também com uma enorme preocupação que temos acompanhado as últimas evoluções a nível Europeu. A Directiva de Retorno representa um enorme retrocesso civilizacional que envergonha a Europa. Permitir que uma pessoa (incluindo crianças) possa ficar detida, até 18 meses pelo único “delito” de ter migrado, promover as expulsões, perseguir migrantes, generalizar os centros de detenção, não são passos a seguir se queremos construir uma sociedade mais justa e inclusiva. A adopção formal daquela que foi apelidada por largos sectores da sociedade civil como a “Directiva da Vergonha” em pleno Ano Europeu para o Diálogo Intercultural, e, em particular, nas vésperas das comemorações da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é sintoma de um gritante divórcio entre os discursos oficiais e a realidade.
Por outro lado, o Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo é o programa político que visa consolidar medidas de criminalização e de desrespeito dos direitos dos/as migrantes, com o reforço e subcontratação do controle das fronteiras, o condicionamento do acesso ao reagrupamento familiar, a dificultação do acesso a vistos e a adopção do “Cartão Azul” (um esquema de recrutamento hiper-selectivo, em função das qualificações). Por fim, o pacto proíbe a realização de processos regularização de carácter generalizado, condenando à clandestinidade os cerca de 8 milhões de indocumentados/as que vivem na Europa e resumindo as suas possibilidades a uma análise “caso a caso”. O documento, instrumento de carácter programático que visa definir as linhas de acção para o próximo ciclo político – 2010 a 2015 -, contribui para consolidar o carácter repressivo na aplicação das políticas desenvolvidas pelos estados membros e condiciona o próximo “Governo” da UE, ainda antes da realização, em Junho, das próximas eleições para o Parlamento Europeu. Por um lado, é mais um entorse da democracia numa Europa virada de costas para os
cidadãos; por outro, está a ser um instrumento de afirmação dos sectores mais xenófobos e populistas da Europa.
As migrações não são uma realidade nova, são tão antigas como a própria história da Humanidade, mas constituem uma característica fundamental da aceleração do processo de globalização verificado nas últimas décadas. Neste processo, a desregulação dos mercados e o aumento das desigualdades Norte-Sul estiveram na base da direcção e magnitude dos actuais fluxos migratórios. O envelhecimento demográfico e as acentuadas necessidades de mão-de-obra, tornaram o velho continente Europeu num pólo de atracção das migrações. No entanto, e apesar da Europa precisar destes/as migrantes, sempre dominou uma relutância hipócrita em reconhecê-lo. O resultado foi um modelo migratório restritivo que alimentou a migração clandestina e o tráfico humano, e que criou um contingente de mão-de-obra desprovida de direitos, descartável, vulnerável perante a exploração laboral e para trabalhar em sectores pouco atraentes para os europeus, com altos níveis de precariedade e de sinistralidade – uma experiência de resto bem conhecida dos milhões de portugueses/as que emigraram, e ainda o fazem, para todo o mundo.
A Europa, a encarar uma crise económica grave, de resto generalizada a todo o globo, tem usado os/as imigrantes para “explicar” o terrorismo, a insegurança, desemprego, enfim os vários males sociais. Preocupa-nos que hoje, tal como em anteriores crises, sejam eles/as o bode expiatório desta situação e as suas primeiras vítimas.
A solução para o impasse requer que se vá à raiz dos problemas. O direito à residência - sem a qual a existência dos/as imigrantes é relegada a um limbo jurídico que só alimenta a exploração laboral e a exclusão social - é condição
sine qua non para uma real inclusão dos/as imigrantes e para a coesão de toda a sociedade. Mas, no caminho rumo a uma cidadania plena, há ainda muito a percorrer. O direito de voto dos/as estrangeiros/as residentes já existe nas eleições autárquicas para os comunitários e os abrangidos pelos acordos de reciprocidade. Esta situação é manifestamente discriminatória, sendo urgente o acesso ao direito de voto pelos imigrantes residentes, em todas as eleições. Deve-se ainda prestar especial atenção à vulnerabilidade acrescida que enfrentam as mulheres migrantes, assim como à realidade de muitos jovens descendentes, os quais, continuam a sofrer os efeitos da guetização e exclusão. Escutemos a insatisfação crescente que se vive nos bairros. Lançamos um desafio: o de promover um debate sério e construtivo, que envolva uma ampla participação da sociedade civil, incluindo os/as imigrantes. É necessário equacionar políticas que assentem no respeito da dignidade humana e que promovam a igualdade de direitos entre as pessoas, independentemente do lugar onde tenham nascido.

eu voto!

«Nesta data foi dado o direito de voto às mulheres diplomadas, com cursos superiores ou secundários, nos termos do Decreto com força de lei nº19694, de 5 de Maio de 1931. Aos homens exigia-se apenas que soubessem ler e escrever».
(in Agenda Feminista 2009, coord.Luísa Boléo, ed.Umar).

Luísa

Inaugura dia 7 de Maio, pelas 21h30, a exposição de fotografia de Luísa Baeta, «inside out» no Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras, onde estará patente até 7 de Junho.

3.5.09

«No sorriso louco das mães ...»

No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e orgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo. São
silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos, porque
os filhos estão como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudez de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível
amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado por dentro do amor.

Herberto Helder, «Fonte, II», Poesia Toda.

2.5.09

Os golpes deles



Já os tinha ouvido. Ouvide-os. Ou vídeos (como este). Ovídio (também gosto). Os golpes é o que se está a ouvir agora na cidade das mulheres. Cantar em português faz outro(s) sentido(s) - «A marcha dos golpes».