27.7.09

Mobilização

Contra o golpe militar nas Honduras e em solidariedade com o seu povo

Às organizações da sociedade civil portuguesa
A toda a cidadania

«As entidades abaixo referidas apelam à mobilização para um acto de protesto frente ao Consulado das Honduras em Lisboa (Praça do Rossio, Nº 45) à semelhança do que está a acontecer por todo o mundo. A concentração terá lugar no próximo dia 28 de Julho, terça-feira, pelas 19h, frente a esta representação diplomática. Gostaríamos de contar com o seu apoio e/ou o apoio da vossa organização para esta mobilização. A pressão internacional é fundamental para reverter esta situação! O que está a acontecer nas Honduras, além de constituir inaceitáveis violações dos direitos humanos e da soberania do povo, pode contribuir para marcar o futuro da região e quaisquer tentativas de construção de um outro mundo que reclamamos possível e urgente.

No passado dia 28 de Junho, as Forças Armadas das Honduras executaram um golpe de Estado contra o governo de Manuel Zelaya, o qual estava a preparar uma consulta popular para perguntar às/aos hondurenhas/os se concordariam ou não com a convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, cujo objectivo central seria elaborar uma nova Constituição com plena participação de todos/as os/as actores/as sociais do país.

Poucos dias depois do golpe, liderado pelo então presidente do Congresso Nacional, Roberto Micheletti -descrito pelos movimentos sociais hondurenhos como um fantoche da oligarquia- foi decretado o Estado de Sítio, procedendo-se à militarização das instituições e das principais cidades do país, à restrição drástica das comunicações internacionais e à intervenção de diversos meios de comunicação que não apoiam os golpistas. A ditadura iniciou uma forte repressão sobre os movimentos sociais e populares, tendo já havido numerosas detenções e mortes que têm sido denunciadas por entidades de defesa dos direitos humanos.

O que está a acontecer nas Honduras não é um facto isolado, faz parte duma estratégia conservadora que conta com a conivência, entre outros, dos Estados Unidos para garantir a continuidade do neoliberalismo na Améria Latina, face aos avanços de vários povos deste continente na defesa da sua soberania e de sistemas sociais mais justos e igualitários. Também não é um facto novo, pois infelizmente faz lembrar as sinistras ditaduras do “encerro, desterro, enterro” instauradas contra povos que ousaram questionar a estruturação injusta das sociedades e das relações internacionais.

Para travar este brutal esmagamento da esperança do povo hondurenho, está a consolidar-se uma grande resistência, com importante participação das mulheres, apesar da forte vigilância e repressão do novo governo golpista. Diariamente, as manifestações populares sucedem-se por todo o país, tendo sido convocada uma greve geral e lançado um apelo à comunidade internacional para solidarizar-se com o povo das Honduras e mostrar com veemência o seu repúdio da ditadura e da brutal repressão iniciada desde o golpe militar.

O povo português não pode ficar indiferente perante estes factos!

APELAMOS À MOBILIZAÇÃO

Pelo reestabelecimento da democracia, sem derramamento de sangue!
Pelo fim da repressão contra o povo das Honduras!
Pelo direito dos povos a decidirem o seu destino!»


Comunicado

Subscritores

Associação para o Desenvolvimento Rural de Lafões
Abril – Associação Regional para a Democracia e o Desenvolvimento
Associação Seres
AJPaz – Acção para a Justiça e Paz
Casa do Brasil de Lisboa
CGTP - IN
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Colectivo Revista Rubra
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Coordenadora Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres
Não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
Olho Vivo – Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos
Política Operária
Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens
Solidariedade Imigrante – Associação para a Defesa dos Direitos das/os Imigrantes
SOS Racismo
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta

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