Prelúdio
Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...
Alda Lara (n.Benguela Angola 9.6.1930 - f.30.1.1962)
1 comentário:
Cris, para ti, por este poema, te dedico o Mulheresaoluar, porque sem saber que o tinhas editado escrevi hoje um textinho sobre a minha África. Obrigada pelas palavras que tão bem reconheço e que são lindíssimas.
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