A saia que se desfaz ao andar foi a imagem forte do desfile de Lara Torres, cuja colecção integra o projecto Mimesis da criadora, baseado numa pesquisa conceptual e formal da relação entre vestuário e memória - o que a leva a trabalhar por vezes o têxtil como matéria-prima escultórica.
Ricardo Dourado mostrou para o Verão de 2008 vestidos longos, com efeitos de franzido na bainha, mais curta atrás do que à frente, sobreposições, trabalhos de volume, mistura de cores frias, malhas caneladas com inserção de tecido, sandálias altas e baixas, de aspecto confortável. Dourado inspirou-se no final do século XIX, onde foi buscar a obsessão pela luz, bem como os efeitos cromáticos. As estruturas frágeis, quebradas ou desconstruídas foram trabalhadas de uma forma abstracta. Não dá para esquecer os guizos colocados num vestido mini, ou nas frentes de calças.
Nuno Gama foi buscar o galo de Barcelos - ícone com que brinca recorrentemente, já que Gama desde os anos 90 que prima por se inspirar, e bem, na nossa etnografia e cultura regional - e deu-lhe um banho de glamour, utilizando padrões, cores, e materiais para o converter numa peça-chave da sua colecção de Homem: «Fetiche-sport-couture-clube».
Osvaldo Martins mostrou a sua nova etiqueta masculina, ADD.UP, com a qual preza conjugar o formal e informal. Ao apurado desenho de formas aliou uma dose de revivalismo, moderado, criando uma galerias de figuras identificáveis com tipos sociais e estéticos de masculinidade. Aplauso.
Galeria de fotos, de baixo para cima, Lara Torres, Ricardo Dourado, Nuno Gama e Osvaldo Martisns/«Add Up».
Arquivo ModaLisboa/ Fotografia Rui Vasco.
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