Inaugura quinta-feira, dia 23 de Abril, pelas 20h00, no Pavilhão 28 ( Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa Júlio de Matos, Av.Brasil, nº53) a exposição NEW TERRITORIES / NOVOS TERRITÓRIOS, com curadoria de Inês Amado, Paula Roush e Mónica de Miranda, e produção de Bruno Malveira.
A exposição é composta por artistas culturalmente distintos - Inês Amado Paula Roush Mónica de Miranda José Ferreira Luisa Menano Sandro Resende Ansuman Biswas Faisal Abdu’Allah Maria Kheirkhah Marie Ange Bordas Malgorzata Markiewicz Dani Soter Kostana Banovic - oriundos/as de várias geografias (artísticas e territoriais), tendo como pontos comuns as suas formas de trabalho, bem como passagens e vivência em Londres e Lisboa. No pavilhão 28 é proposta a criação de novos espaços de interacção, de diálogo e comunicação. Cada artista é um(a) contador(a) de histórias, desempenhando o seu papel no contexto que os rodeia. Estes territórios são despojados de fronteiras e, na sua ambivalência, criam diálogos de interacção entre o público e o privado, entre o homem e a mulher, entre a criança e o adulto, entre o sano e o insano, entre o pessoal e o social e por último entre o artista e o público.
NEW TERRITORIES/ NOVOS TERRITÓRIOS inclui uma mescla provocatória de obras experimentais, envolvendo performance, vídeo, som e projectos artísticos interactivos e participativos. A colaboração, troca, participação, envolvimento social e interactivo por parte do público, torna-o parte integrante de todo o contexto e conceito desta exposição. Os artistas participantes exploram perspectivas relacionadas com estes novos territórios de formas diversificadas. Inês Amado aborda e questiona a temática de espaços psiquiátricos e quotidianos dos utentes do Júlio de Matos, numa interligação e colaboração com os próprios doentes. No trabalho de Paula Roush há um diálogo e relacionamento com espaços urbanos através da intervenção do grupo performativo Friday Club. José Ferreira faz a ligação entre um hospital psiquiátrico em Manteno (EUA) e o Hospital Júlio de Matos. Luísa Menano interroga a colonização, descolonização e traumas de deslocamento. Sandro Resende trabalha com doentes do Hospital e foca aspectos de reintegração. O seu projecto reflecte trabalhos clássicos com uma reinterpretação no contemporâneo. O trabalho de Mónica de Miranda faz a ligação entre espaços urbanos e situações diaspóricas de aleatoriedade a nível cultural e social. Ansuman Biswas utiliza a performance e une as suas raízes da Índia à cultura Europeia utilizando meios híbridos fundindo a ciência com “Vedic” e o Budismo. Marie Ange Bordas promove a criação de worskhops multimédia e o seu trabalho foca-se em comunidades afectadas por conflitos e deslocamentos. Maria Kheirkhah, artista iraniana, incorpora no seu trabalho viagens físicas e de memória ao Irão, de onde transporta sacos cheios de ar nos quais regista datas e locais em pársi. Faisal Abdu’Allah, artista britânico com descendência jamaicana, usa o salão de cabeleireiro para cortar cabelo, dialogar com pessoas sobre situações do dia-a-dia, questões sociais, políticas e artísticas. Malgorzata Markiewicz, artista polaca, questiona a globalização e a imigração, convidando o público a envolver-se através da interacção no seu trabalho. Dani Soter, artista brasileira, utiliza a instalação e, de uma forma critica, contrapõe imagens de ex-doentes psiquiátricos com imagens de outros indivíduos. Kostana Banovic , actualmente a residir na Holanda mas nascida em Sarajevo, utiliza o vídeo realizando um contra ponto entre as várias linguagens artísticas e não artísticas entre homens e mulheres, entre culturas diversas e díspares. Estas são as propostas de uma exposição onde se questionam perspectivas de identidade, cultura, nação em relação à interacção entre global e local.
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