16.1.09

«Escrever é uma ocupação muito solitária»


No dia 16 de Janeiro de 1933 nascia em Nova Iorque Susan Sontag, distinguida com o Book Award em 2000, pelo romance histórico Na América, entre outros prémios. The Volcano Lover tornou-se um êxito em 1996. Apesar dos dois romances publicados nos anos 60, The Benefactor e Death Kit, Sontag tornou-se mais conhecida como ensaísta e crítica de cultura. Against Interpretation, primeiro publicado em 1966, é um marco nos estudos culturais, e veio a sedimentar a sua reputação como «nova intelectual». On Style e Notes on Camp («é-se atraída pelo Camp quando se compreende que a seriedade não basta») foram também importantes e inspiradores. A autora morreu a 28 de Dezembro de 2004. A revista Faces de Eva, edição 14 (2005), pela pena de Maria João Cabrita, tem um extenso artigo sobre Susan Sontag, «Com os olhos postos no mundo»: «Ensaísta e romancista, perfez o percurso intelectual na luta pela liberdade de expressão, os direitos humanos e a paz, tendo sido reconhecida como a intelectual americana mais europeia e das mais proeminentes da segunda metade do século XX. Feminista convicta e activista política, fanática da seriedade, soube manter a independência ideológica e, por isso mesmo, foi alvo da crítica quer da esquerda, quer da direita.»
Para além do mundo da palavra, interessou-se pelo mundo da imagem em movimento, tendo produzido alguns filmes experimentais, «Duet for Cannibals (1969), «Bother Carl» (1971), «Promised Lands» (1974), e mais tarde «Unguided Tour» (1983). No início dos anos 70 concedeu uma entrevista ao New York Times onde afirmou estar interessada no cinema: «aquilo que eu gosto na produção cinematográfica é da oportunidade de exercer uma parte da minha imaginação e das minhas capacidades numa via em que não as posso exercer como escritora. Um sentido visual, um sentido estrutural, um sentido musical. O prazer de trabalhar com pessoas. Escrever é uma ocupação muito solitária».
Excerto de uma entrevista com Susan Sontag e Agnés Varda.

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