Natividade Monteiro, professora de História, investigadora e mestre em Estudos sobre as mulheres, escreveu sobre Maria de Lourdes Paes da Franca (na foto), tendo entrevistado esta bióloga portuguesa para a edição 20 da revista Faces de Eva. Aqui na cidade das mulheres ela relata-nos como a conheceu e ficou amiga dela.
Ainda me lembro da primeira vez que toquei à porta da Maria de Lourdes Paes da Franca [1926-2009] para lhe fazer perguntas sobre a Maria Veleda. Foi em 2001. Iniciada a minha investigação com o objectivo de elaborar a minha dissertação de Mestrado, procurava desesperadamente alguém da família que pudesse dar-me informações sobre um eventual espólio que me ajudasse a conhecer melhor a professora feminista, republicana e livre-pensadora que se destacou no movimento feminista da primeira vaga.
Por intermédio do INIP/IPIMAR consegui o contacto de Maria de Lourdes, viúva do neto de Maria Veleda, Pedro Emílio Guerreiro da Franca, brilhante investigador na área da biologia marítima, com vasta obra publicada, uma figura de referência a nível nacional e internacional e que deixou o seu nome ligado a uma nova espécie da «familia merlucidae», por ele descoberta nos mares de Moçambique; a merlucis paradoxus franca.
Durante alguns meses, partilhámos as "descobertas" que íamos fazendo sobre a Maria Veleda, ao retirar das caixas onde se encontrava o pequeno mas elucidativo espólio que a Maria de Lourdes e o Pedro tinham salvo da obsessão da avó de tudo querer destruir. Cada documento analisado sugeria uma recordação, uma história... Enfim, tantas memórias tecidas e entretecidas com a vida de Maria Veleda e outras feministas republicanas, como a Filipa de Oliveira e a filha, Lídia de Oliveira Esteves, e os seus netos, sobretudo o Carlos João, amigo íntimo do casal Franca, a Luisa Robertes, a Mariana Silva e tantas outras.
Assim entrei para a família Maria Veleda/Guerreiro da Franca que me adoptou e pela qual nutro um carinho especial.
Maria de Lourdes, Maria Veleda... Admirei ambas! Duas mulheres com o mesmo espírito de rebeldia contra as convenções e os preconceitos sociais, o mesmo sentido do dever, o mesmo amor pela liberdade e a democracia! Ambas dignificaram o património intelectual feminino, contribuíram para a afirmação pessoal e profissional das mulheres e foram um exemplo de cidadania. Viva a República!
Por intermédio do INIP/IPIMAR consegui o contacto de Maria de Lourdes, viúva do neto de Maria Veleda, Pedro Emílio Guerreiro da Franca, brilhante investigador na área da biologia marítima, com vasta obra publicada, uma figura de referência a nível nacional e internacional e que deixou o seu nome ligado a uma nova espécie da «familia merlucidae», por ele descoberta nos mares de Moçambique; a merlucis paradoxus franca.
Durante alguns meses, partilhámos as "descobertas" que íamos fazendo sobre a Maria Veleda, ao retirar das caixas onde se encontrava o pequeno mas elucidativo espólio que a Maria de Lourdes e o Pedro tinham salvo da obsessão da avó de tudo querer destruir. Cada documento analisado sugeria uma recordação, uma história... Enfim, tantas memórias tecidas e entretecidas com a vida de Maria Veleda e outras feministas republicanas, como a Filipa de Oliveira e a filha, Lídia de Oliveira Esteves, e os seus netos, sobretudo o Carlos João, amigo íntimo do casal Franca, a Luisa Robertes, a Mariana Silva e tantas outras.
Assim entrei para a família Maria Veleda/Guerreiro da Franca que me adoptou e pela qual nutro um carinho especial.
Maria de Lourdes, Maria Veleda... Admirei ambas! Duas mulheres com o mesmo espírito de rebeldia contra as convenções e os preconceitos sociais, o mesmo sentido do dever, o mesmo amor pela liberdade e a democracia! Ambas dignificaram o património intelectual feminino, contribuíram para a afirmação pessoal e profissional das mulheres e foram um exemplo de cidadania. Viva a República!
Natividade Monteiro
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