6.2.09

Dia internacional da tolerância zero à MGF

Hoje, Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, foi apresentado no Palácio Foz, em Lisboa, pelas 14h30 o Programa de Acção para a Eliminação desta prática que é uma violação dos direitos humanos. Estavam presentes vários oradores/as na sala, para além de associações e parceiros que trabalharam em conjunto na elaboração deste programa, inserido no âmbito do III Plano Nacional para a Cidadania e Igualdade de Género. Mentor deste programa, Jorge Lacão agradeceu a todos/as que estiveram de alguma forma envolvidos/as nos trabalhos de desenvolvimento do program que é, como ele sublinhou, «um ponto de partida». Para além do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, entre outras presenças, para falar da Declaração Conjunta das Nações Unidas para a Eliminação da MGF(foto acima, versão em Língua Portuguesa do Acordo Inter-agências das Nações Unidas «Eliminação da Mutilação Genital Feminina», editada com o apoio do IPAD) contámos com Jane Cottingham, presidente da Organização Mundial de Saúde, com uma representante do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados ACNUR (que começou por nos endereçar cumprimentos da parte de António Guterres), e ainda com o testemunho de uma mulher excisada, que nos falou dos problemas de saúde que já enfrentou, nomeadamente quando quis ter filhos. A sessão terminou com uma intervenção de Elza Pais, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), que fez vários agradecimentos, entre os quais à Associação para o Planeamento da Família (APF) e a Alice Frade.
Conseguir-se-á eliminar a MGF no espaço de uma geração?, foi a pergunta deixada por Jane Cottingham. Espera-se que, com a ajuda de toda a sociedade (comunidades atingidas e não só), mulheres e homens, a resposta venha a ser positiva. Os números divulgados pela OMS são brutais: existem entre 120 a 140 milhões de excisadas em todo o mundo; em África o número é de 92 milhões de raparigas e mulheres com 10 anos e mais; existem todos os dias cerca de três milhões de raparigas em risco.

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