escrita olhares perspectivas críticas ensaios artes género feminismos sociologia moda
31.3.10
Maria
30.3.10
LAB de laboratorial (II)
29.3.10
Para uma estação de trabalho fotográfico
Fotografia de Rita Carmo.
uma estreia na modalisboa (II)
28.3.10
Jogos de identidade (II)
27.3.10
26.3.10
Lara (II)
22.3.10
21.3.10
dia mundial da poesia
que se quer e sente
um presente que te dou
na forma do que sou
presente
Cristina L. Duarte
20.3.10
Pierre et les femmes
O sociólogo Pierre Bourdieu (1930-2002), numa entrevista sobre os valores femininos.
19.3.10
Desvanecimento (in)voluntário
Cristina L.Duarte: Auto-biografia desta exposição apresentada na ModaLisboa, no Mude, a decorrer até dia 31 de Março.
Lara Torres: trata-se de uma instalação que entra no contínuo da minha pesquisa sobre a relação entre vestuário e memória [início: 2005] e no qual abordo um material que é novo dentro da pesquisa, a cera. Para mim faz imenso sentido, pois tem a ver com a perda. Tem a ver com o lado do esquecimento, uma questão que ainda não tinha abordado, excepto na minha primeira colecção («Memória implícita»/Verão 2006), e entretanto interessou-me recuperar essa intensidade nesse trabalho. Aqui nesta instalação procuro recuperar essa relação com a perda através da cera, e da sua capacidade em nos remeter para a ideia de mortalidade. Esta é a primeira experiência de um projecto chamado «Involuntary Memories Effacing Series».
Pensas a moda como intervenção social/colectiva, ou como intervenção individual?
LT – É um pouco as duas coisas. Acho que é fortíssimo o envolvimento das pessoas com a peça. A primeira questão que surge: não é uma colecção, é um vídeo. Depois as pessoas questionam-se porquê e isso fá-las pensar. Isso tem sido sempre uma prioridade do meu trabalho. Esta foi uma das vezes em que fui mais afirmativa em conseguir cumprir com essa interrogação, por parte do espectador.
Pensas no tema da igualdade de género aplicado à moda?
LT – Sim. Definitivamente, pela questão da identidade. Porque a moda é identidade.
O vestuário 'fala'? E se fala o que é que diz?
LT – Penso que o vestuário, qualquer peça que seja, fala sempre. Diz alguma coisa do que tu és. É aquilo que estabelece a relação com os outros. O meu [vestuário] fala desta ideia de se perder alguma coisa. Porque acho que se está a perder uma relação com o vestuário que era muito forte nesta criação da identidade, com esta ideia de multiplicação de lojas que vendem uma série de coisas todas iguais, em todo o mundo. Acho que há uma perda muito grande em relação à identidade.
Feminilidade – dá-me um sinónimo...
LT – Doçura.
Masculinidade...
LT – Força.
Desejo...
LT – Mulher...
Quando partes para uma colecção, partes de onde?
LT – Começo pela pesquisa. Não tenho um ponto de partida apenas. Depende do que está à minha volta naquela altura. Às vezes o que me estimula é um livro que estou a ler, outras é uma coisa qualquer que acontece, outras uma exposição de um artista que eu vi.
Ou então um acumular dessas coisas. Por vezes a minha vida pessoal entra pelo trabalho a dentro e isso também mexe com ele.
Pensas em alguém quando estás a desenhar - pensas num corpo?
LT - Não. Penso que o corpo está sempre presente, mesmo o trabalho que fiz agora, em que o corpo é bastante ausente, há sempre a presença de um corpo, na medida em que quando tens o vestuário, este remete sempre para um corpo. Por isso, há sempre o fantasma de um corpo na representação de uma camisa, por exemplo. Não penso num corpo específico, mas penso no corpo.
Onde está a força da moda em Portugal?
LT – No coração.
17.3.10
Jogos de identidade
Cristina L.Duarte: Auto-biografia desta colecção apresentada na ModaLisboa, no Mude. Se ela fosse uma pessoa como descreverias a colecção «Macedonian identity»?
Vítor Bastos: a coleccção começou na anterior, portanto é um antagonismo falar da Macedónia depois de ter falado da Grécia. A colecção segue de uma forma muito insegura, porque lida com muita informação diferente. A identidade através da não-identidade foi o ponto máximo que tentei alcançar com esta colecção, usando o cartão, cinco ou seis diferentes tipos de lã, padrões, camadas, cores – do laranja ao azul. Há muitas ideias opostas. A autobiografia da colecção seria um bocadinho lunática, como uma pessoa que não sabe quem é e quer se afirmar como algo.
Pensas a moda como intervenção social/colectiva, ou como intervenção individual?
VB – É uma intervenção social e colectiva pela visibilidade que tem. Ao passar muita informação há muitas falhas; acontece às vezes no LAB, por isso fizémos o jornal, por causa da falha na comunicação. Há imprensa que liga mais ao texto, outra liga mais à imagem, e o público pode pender mais para um lado ou para outro. O trabalho é individualista: começo com um objectivo, mas é um projecto social e colectivo, de forma que ao conseguir passar a informação, esta vai ser sempre passada para a frente, mesmo boca a boca. Foi uma experiência que eu vivi e passei para uma série de pessoas. [Vítor Bastos foi à Macedónia no ano passado representar Portugal no âmbito da Mostra Jovens Criadores, promovido pelo Clube Português de Artes e Ideias]. Tenho um ponto de vista, mas não quero ser interventivo quanto ao meu ponto de vista. Por isso falei da Grécia e depois da Macedónia. Não quero impôr opinião, mas sim informação, porque isso tem de se impôr mesmo. E a partir dessa informação e com as pessoas a falar sobre esse assunto, vou abrir o leque para raciocínio e é isso que me interessa.
Pensas no tema da igualdade de género aplicado à moda?
VB – Sim. Faço a colecção 50% - 50%. A minha ideia é dividir a colecção ao meio e obter uma roupa sem sexo. A roupa flutua de um lado [género] para o outro. Porque a roupa tem mais informação para além dessa. Metade desta colecção apresentada aqui, apresentei-a em Berlim, na Fashion Week, com uma instalação, em Janeiro passado. Depois ela terá outra construção no livro que vou publicar. Quando a pessoa comprar uma peça da colecção, terá outra identidade. O sexo da roupa é só mais um pormenor.
Feminilidade – dá-me um sinónimo...
VB - ... associado ao feminino, é só um acerto.
VB - ... acerto.
Desejo...
VB - Vontade.
Quando partes para uma colecção, partes de onde?
VB – Do conceito e da ideia. Mas primeiro, das experiências de vida. E das conversas de café.
Pensas em alguém quando estás a desenhar?
VB - Não. Penso muito na forma da peça. Mas não tenho divas.
Qual é para ti a força da moda em Portugal?
VB – A moda em Portugal tem força mas acho que, de momento, está a ser castrada pela forma em que é veiculada. Sinto um pouco isso. A moda aqui tem muita força. Eu fui para fora e vi a moda acontecer e o nível daqui é muito alto. Não há sequer a noção própria deste nível. Há problemas de comunicação de moda. Comunicar a moda é mesmo uma situação frágil.
15.3.10
LAB de laboratorial
Cristina L. Duarte: Auto-biografia desta colecção Outono/Inverno 2010/2011 - se fosse uma pessoa, como descreverias a colecção?
Sara Lamúrias: Esta colecção é autobiográfica. Nela está a minha relação com o trabalho. É por isso muito «eu». Fui à procura das razões porque trabalho com vestuário [aforestdesign chegou à Modalisboa na sua edição 24, Outono/Inverno 2005/2006. Ver in Cristina L.Duarte, Moda Portuguesa, CTT, Lisboa, 2005].
E tu tens duas formas de vestir?
SL - Eu sou um pouco isso também. Tenho esta ambivalência. O meu trabalho é sempre muito do fundo e nesta colecção assumi que o meu trabalho vem do meu fundo. Foi quase como assumir esta... essência.
Gostas de ginástica?
SL - Adoro. Eu quis ser ginasta. No vídeo, ela é a Raquel Narciso (ex-ginasta), e ele é André Lico, campeão do mundo de duplo mini-trampolim. Foi um privilégio tê-los aqui.
Qual o título deste trabalho?
SL - «I Am A Strange Loop». Retirei-o do livro de Douglas Hofstadter. Encontrei-o e interessei-me por ele.
Tem a ver com a comunicação, que sai de nós, e depois volta. Estava a fazer pesquisa e passei também pela Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, aquela história dos flamingos que são chapéus de chuva, os pássaros que são pares de óculos. Acho que isto tem a ver comigo, com aquilo que eu faço. E por isso fui dar ao Hofstadter, que faz um cruzamento de ideias entre um matemático, um artista, o Escher, e um músico, o Bach, e isto de um ponto de vista filosófico. É através da filosofia que tenho encontrado este meu «eu».
Pensas a moda como intervenção social/colectiva, ou como intervenção individual?
SL – Tenho usado a moda nesse sentido colectivo, nomeadamente através do projecto Combo, em que vou ao encontro do comércio tradicional.
Pensas no tema da igualdade de género aplicado à moda?
SL – Sim, desde o início do meu trabalho.
Pensas que o vestuário fala e se fala o que é que diz?
SL - Diz muita coisa. Se for num contexto mais empresarial, diz uma coisa; se for num contexto mais informal, diz outra. Até a forma como se coloca um cachecol. Ou como o casaco fica na pessoa. Os designers estão muito atentos a isso, à forma como as pessoas habitam a roupa.
Feminilidade – dá-me um sinónimo...
SL – Intensidade.
Masculinidade...
SL – Assertividade.
Desejo...
SL - Paixão.
Por onde começas uma colecção?
SL – Não tenho uma regra. Parto de uma ideia. Às vezes é um elemento chave, que faz um clique. Nesta colecção foi o encontro com o livro de Douglas Hofstadter. A primeira coisa que fiz foi escrever o texo da colecção, fiz um diálogo comigo própria.
Quando partes para uma colecção pensas no corpo de alguém?
SL – Sim, sempre. Num corpo de homem e num corpo de mulher.
14.3.10
uma estreia na modalisboa
Cristina L.Duarte: Podes fazer a auto-biografia desta colecção? Se ela fosse uma pessoa como a descreverias?
Ricardo Andrez: energética, dissimulada, e arrojada, endo que é uma colecção de homem, é arrojada.
Pensas a moda como intervenção social/colectiva, ou como intervenção individual?
RA – No início, eu tinha de me afirmar, de fazer isto. Agora tenho de pensar num aspecto social e analisar por onde quero ir, pois as pessoas agora estão mais focadas em mim. Apesar de querer continuar a fazer aquilo que me apetece, e que eu sinta, isso é o mais importante.
Pensas no tema da igualdade de género aplicado à moda?
RA – A minha roupa não tem sexo. Faço a roupa e depois o corpo atribui-lhe a identidade; óbvio que uma peça de homem tem uma relação diferente com o corpo, relativamente à de senhora. Mas o modelo pode ser exactamente igual, o material também.
Utilizas nesta colecção as molas dos cintos de ligas, para ligar partes do vestuário, mas terá outro significado?
RA - Pego nessa vertente mais andrógina e no trabalho de detalhes, e também de efeito inesperado, como prender uma sweatshirt básica, dupla, carregada de filas de peças de ligas.
RA – Eu tenho uma overdose de berlindes. Ando sempre com eles para trás e para frente. E também tento acrescentar algo com os materiais, de uma forma que não seja usual transformar em roupa.
RA - Fala. Sou eu.
RA - Pureza.
RA - Pureza.
RA - Cor de rosa.
RA – Pelo conceito. E pela pesquisa. O ponto de partida são as pessoas que andam à minha volta.
Qual é para ti a força da moda em Portugal?
RA - Não sei. Acho que as pessoas não dão muito valor à roupa e à forma como se apresentam. A nível dos homens penso que há um gosto mais refinado. As mulheres têm mil e uma funções a mais... e têm muito mais escolha...
Mas a força da moda em Portugal deveria estar nos industriais.
12.3.10
11.3.10
Angelina Vidal n.11 Março 1847
Mãe de cinco filhos, separou-se do marido, ao fim de doze anos de casamento Para ganhar a vida, desdobra-se a trabalhar: foi tradutora, contista, ensaísta, professora, conferencista, poetisa, dramaturga e jornalista. Nos últimos 30 anos da Monarquia, escreveu em quase todos os jornais revolucionários. O que disse, o que escreveu, acarretaram-lhe retaliações por parte do Governo monárquico, que lhe recusou a pensão por morte do marido em 1894 alegando que era «inimiga das instituições e andava a combater o regime monárquico». Não será também, a República, a instituir-lhe a pensão. Não era amada pelos políticos seus companheiros de ideário; militante do Partido Republicano federalista, adepta dum ideário republicano de raiz socializante e anti clericalista, critica, nos jornais, os jogos da política, as querelas entre facções do mesmo quadrante, o empolamento no Parlamento de questões secundárias em detrimento dos grandes problemas nacionais. Dois anos após a implantação da Republica, Angelina Vidal, desiludida com o caminho que a República levava, chama a atenção para a emigração assustadora, a decadência da indústria e do comércio, a miséria do proletariado, a paralisação de todas as forças vivas do país.
Também nos jornalistas fez inimigos: para ela os jornais eram a instrução do povo e como tal deviam promover as boas práticas políticas e transmitir aos trabalhadores a consciência dos seus direitos e deveres, em vez de explorarem os escândalos domésticos, os faits divers, que destruíam a moral.
Angelina Vidal ocupa um lugar proeminente entre as pioneiras que defenderam a educação para a mulher como plataforma para a igualdade. Nesse âmbito, chama a atenção para as deficientes condições de trabalho em que vive a operária que não pode criar os filhos de modo a fazer deles os cidadãos de que o país necessita, enquanto nação civilizada. Ganham tão miseravelmente, que, «por muito virtuosa que seja a mãe de família, há-de forçosamente baquear nos charcos da prostituição.»[1]
Denuncia as condições de insalubridade em que vivem as operárias de manhã `a noite, nas fábricas algodoeiras: «uma atmosfera carregada de irritante poeira do cotão algodoeiro», que lhe entra pelo nariz até se fixar nos pulmões onde numa primeira fase provoca «Inflamação pulmonar», e, meses depois, «vem as seccuras da boca, e a tosse, guarda avançada da tuberculisação. O que lhe afrouxa a actividade productora e diminue o salário…[2].
Mais aflitiva ainda é a descrição que faz das fábricas fosforeiras, onde o calvário da operária começa «pelas perturbações angustiosas do aparelho gástrico. O roteiro da destruição é sabido: cephalalgias violentas, necrose phosphorica, destruindo-lhes as maxilas. Em alguns cazos affecçoes cerebraes, em grande numero a tuberculose pulmunar, com fortíssimos acessos de tosse, cava, sinistra, secca como o martello do desespero pregando as taboas de um caixão».[3]
Ao mesmo tempo que denuncia a exploração de que são vítimas, por parte dos patrões, critica-lhes a falta de sindicalização, a que chama «a sua repelência pelos princípios de confraternização que dá aos exploradores a garantia de enriquecerem».[4]
Defendeu um ideal de justiça social e repudiava o poder arbitrário, fosse de que côr política fosse : admirava o Marquês de Pombal, mas condenou as penas que considerava cruéis aplicadas a alguns dos intervenientes no Motim dos Taberneiros (reacção popular à criação da Companhia das Vinhas do Alto Douro), ou à marquesa de Távora (ainda que esta representasse uma classe particularmente odiada por ela) e ao padre Malagrida (apesar da aversão aos jesuítas). Condenou o duplo assassinato de D.Carlos e D. Luís Filipe, no jornal católico “Portugal”, do padre José Lourenço de Matos, que fez violentas campanhas contra os republicanos.
Esteve ao lado dos que fizeram a Republica, arriscando segurança e família. Perdeu tudo uma segunda vez quando se empenhou na defesa do operariado e dos direitos das mulheres operárias e trabalhadoras.
Intransigentemente fiel a um ideal de justiça, igualdade e fraternidade, zangou-se com todos os que pactuavam com meias medidas e soluções parciais.
E tal como aqueles que defendia, morreu na miséria em 1917.
Maria Augusta Seixas
9-3-2010
1A voz do operário, 24 /9/1882
2 Angelina Vidal, Alma Feminina, nº 6, 13/6/1906
3 idem
4 Angelina Vidal, «Crise operária na Fabrica das Barreiras», A Voz do Operário, 9/11/1884.
10.3.10
A nossa Angelina
O D(n)A da moda
QUINTA-FEIRA, DIA 11
19H30 ALEXANDRA MOURA
20H30 RICARDO PRETO
22H00 ALVES / GONÇALVES
SEXTA-FEIRA, DIA 12
19H30 LUÍS BUCHINHO
20H30 KATTY XIOMARA
22H00 ANA SALAZAR
SÁBADO, DIA 13
15H00 AFORESTDESIGN – LAB.EXPOSIÇÃO MUDE
15H00 LARA TORRES – LAB.EXPOSIÇÃO MUDE
15H30 RICARDO ANDREZ - LAB MUDE
16H30 ALEKSANDAR PROTIC
17H30 MIGUEL VIEIRA
18H30 PEDRO PEDRO
19H30 SALSA
20H30 NUNO BALTAZAR
DOMINGO, DIA 14
15H00 WHITE TENT – LAB MUDE
15H30 VÍTOR – LAB MUDE
16H30 FILIPE FAÍSCA
17H30 NUNO GAMA
18H30 T.M. COLLECTION
19H30 RICARDO DOURADO
20H30 DINO ALVES
21H30 MENTAL BY SHUNNOZ & TEKASALA
Local 1 Páteo da Galé Terreiro do Paço
Local 2 MUDE - Museu do Design e da Moda (Rua Augusta)
Reinventar lideranças
Organizada pela área "Cidadanias, Diversidades e Conhecimento Histórico" (CDCH) do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da FPCEUP, a sessão contará com a presença das coordenadoras da obra e das autoras Laura Fonseca e Maria José Magalhães. Estará também presente Helena Costa Araújo - autora no livro, representante do CIIE e coordenadora da área CDCH.
A edição é da Fundação Cuidar o Futuro e da Livpsic, e conta com o apoio do CIIE através do núcleo Cidadanias, Género e Infância no Campo da Educação.
9.3.10
Conferência Faces de Eva
karnart regressa aos palcos
Este projecto vem dar continuidade a um outro apresentado em 2005 no qual Luís Castro foi dirigido por Amélia Bentes, Gil Mendo, Mark Deputter, Miguel Pereira, Sílvia Real e Vera Mantero: ESCRAVO DOUTROS.
O espectáculo estará em cena até 20 de Março pelas 22h na Galeria Monumental, Campo Mártires da Pátria Nº 101, em Lisboa. Os bilhetes são entre €10,00 e €15,00 e as reservas deverão ser feitas para reservas@karnart.org.
8.3.10
as mulheres, a guerra e o meu avô
«cinema em marcha»
Rua da Achada, Nº 11 (Perto das Escadinhas de São Cristóvão – R. Madalena)
Metro: Martim Moniz, Baixa - Chiado ou Terreiro do Paço
Pão e Rosas, de Ken Loach, 2000
Quinta-feira, 11 de Março, 18h
Com Pilar Padilla, Adrien Brody, Elpidia Carrillo, Jack McGee, Mónica Rivas, Frankie Davila, e Lilian Hurst.
Maya e Rosa são duas irmãs mexicanas que vivem em Los Angeles, onde trabalham como empregadas de limpeza num prédio comercial. Sam é um activista pelos direitos d@s trabalhadoras/es. As suas vidas se cruzam, e junt@s lutam contra a exploração laboral das imigrantes, o que acaba pondo em risco o emprego, a família e até mesmo o direito de permanência das moças em território estado-unidense.O título do filme faz alusão à marcha de cerca de 15 mil mulheres pelas ruas de Nova Iorque, em 1908, sob o slogan Pão e Rosas: reclamavam uma diminuição dos horários de trabalho, melhores salários e direito de voto.
Prémio UIP ao Melhor Filme Europeu no Festival do Rio de Janeiro; Nomeação à Palma de Ouro ao Melhor Realizador no Festival de Cannes, Prémio ALMA à melhor actriz secundária para Elpidia Carrillo.
Domésticas, de Fernando Meireles e Nando Olival, 2001
Sexta- feira, 12 de Março, 18h
Com Cláudia Missura, Graziela Moretto, Lena Roque, Olivia Araújo, Renata Melo, Robson Nunes, e Tiago Moraes.
Na sociedade brasileira existe um Brasil notado por poucos. Um Brasil formado por pessoas que, apesar de morar dentro das casas das famílias e de fazer parte do seu dia-a-dia, é como se não estivessem lá. Cinco das integrantes deste Brasil são mostradas em "Domésticas - O Filme": Cida, Roxane, Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar, a outra é casada mas sonha com um marido melhor. Uma sonha em ser artista de novela e outra acredita que tem por missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm sonhos distintos mas vivem a mesma realidade: trabalhar como empregada doméstica.
Nomeações ao Grande Prémio Cinema Brasil nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Argumento.
“Um drama urbano que deu a Fernando Meirelles background para, mais tarde, realizar Cidade de Deus” (Alexandre Koball).
O GAMI é um grupo trabalho de mulheres imigrantes dinamizado pela União de Mulheres Alternativa e Resposta e a Solidariedade Imigrante e visa combater a desvalorização social do trabalho doméstico, contribuir para a reformulação da actual legislação, aumentando a protecção legal e social destas/es trabalhadoras/es, e promover o empoderamento das mulheres imigrantes que trabalham nesta área.
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista internacional de luta contra a pobreza e a violência. Propõe a construção de um outro mundo baseado nos valores da Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Justiça e Paz. Em 2010 a Marcha organiza a sua terceira grande acção internacional, com uma plataforma de quatro campos de actuação: Paz e Desmilitarização, Bem Comum e Serviços Públicos, Autonomia Económica das Mulheres e Violência de Género.
dia interncional da mulher
Até às 10h00, entre o Largo do Camões e a Baixa Lisboeta, jovens do projecto dMpM2 – De Mulher para Mulher - um projecto de empowerment para a participação cívica e política de jovens mulheres em Portugal -estiveram a distribuir um jornal de sua autoria, crachás alusivos ao Dia Internacional das Mulheres e mobilizar a população em geral para a Igualdade, Paridade e Acção!
Das 10h30 às 13h00h, em frente à Esplanada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, no Campo Pequeno, Avenida de Berna, uma outra acção visa a mobilização e envolvimento de estudantes nas questões da Igualdade.
Iniciativa promovida pela Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens em parceria com a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa e com a colaboração de Anália Torres, Presidente da Associação Europeia de Sociologia e João Esteves, autor da obra Mulheres e Republicanismo, no âmbito do jornal.
6.3.10
5.3.10
Marcha Mundial das Mulheres 2010
Programa Marcha Mundial das Mulheres - PORTUGAL
4 a 27 de Março de 2010
Dia 4 – Quinta I 21h30 I Centro de Cidadania Activa – SETÚBAL Filme “O Sal da Terra”, realizador Herbert J. Biberman, 1954, seguido de debate Ciclo de Cinema integrado no Março Mulher 2010, iniciativa promovida pela SEIES em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal e diversas entidades da cidade de Setúbal.
Dia 5 – Sexta I 16h 30m Khapaz Associação Cultural – ARRENTELA (SEIXAL)
Filme “Dou-te os meus Olhos” seguido de debate . Actividade integrada na iniciativa Bibliotecas Vivas do Projecto Comun"Nik"acção, da
Khapaz Associação Cultural, financiado pelo Programa Escolhas, abordando o tema da Violência Doméstica. Apoio da UMAR.
Dia 6 – Sábado 1h – 13h Cine Teatro S. Pedro – São Pedro do Sul
Debate de rádio “Igualdade entre Homens e Mulheres: sem igualdade entre homens e mulheres há verdadeiro desenvolvimento?” Iniciativa da responsabilidade da ADRL.
Dia 7 – Domingo I 18h00 I Bar Mama Rosa – SETÚBAL
Filme “Pescadoras da Terra e do Mar”, grande reportagem de Teresa Nóbrega sobre as Mulheres Pescadoras dos Açores. Ciclo de Cinema integrado no Março Mulher 2010, iniciativa promovida pela SEIES em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal e diversas entidades da cidade de Setúbal.
Dia 8 – Segunda I Das 17h30 às 19h30 I Rossio - LISBOA
Arranque da 3ª Acção Internacional da MMM
Acção de rua com as Marchantes, distribuição de folhetos da Marcha Mundial das Mulheres e sensibilização para as reivindicações em torno dos 4 Eixos.
Animação Musical com a presença de Hip Hop de Baton, Bloco de Maracatu – Casa do Brasil de Lisboa, Coro da Casa da Achada, Grupo de Percussão do GAIA e Batucadeiras do Moinho da Juventude. Iniciativa da MMM Portugal.
Dia 9 – Terça Todo o dia Região de LAFÕES
Visita a diversas iniciativas de mulheres seguida de conferência de imprensa, ao final da tarde. Visita por parte da ADRL à Cooperativa “Ventosa Artesanal”, “Estação de Artes e Sabores” e Brinton’s. O objectivo é dar a conhecer a MMM e ouvir as mulheres sobre as questões da
igualdade no que toca ao trabalho, conciliação da vida pessoal e profissional, tarefas domésticas, etc. .
Dia 10 – Quarta 18h30 Centro Social "Bem Querer" Brenha, Figueira da Foz
Apresentação da MMM e construção colectiva da saia da Marchante
Iniciativa da responsabilidade da MMM - Coimbra com Centro Social Bem Querer de Brenha
Dia 11 – Quinta 18h Casa da Achada – Centro Mário Dionísio LISBOA
Filme “Pão e Rosas”, realizador Ken Loach, 2000, seguido de debate Ciclo de Cinema dedicado às trabalhadoras do Serviço Doméstico e das Limpezas, iniciativa do GAMI - Grupo de Apoio às Mulheres Imigrantes (parceria Solidariedade Imigrante e UMAR).
Dia 11 – Quinta I 21h30 I Academia Problemática e Obscura – SETUBAL
Filme “Domésticas”, realizador Fernando Meirelles e Nando Olival, 2001, seguido de debate. Ciclo de Cinema integrado no Março Mulher 2010, iniciativa promovida pela SEIES em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal e diversas entidades da cidade de Setúbal.
Dia 12 – Sexta 18h Casa da Achada – Centro Mário Dionísio LISBOA
Filme “Domésticas”, realizador Fernando Meirelles e Nando Olival, 2001, seguido de debate. Ciclo de Cinema dedicado às trabalhadoras do Serviço Doméstico e das Limpezas, iniciativa do GAMI - Grupo de Apoio às Mulheres Imigrantes (parceria Solidariedade Imigrante e
UMAR).
Mulheres na Primeira República (II)
4.3.10
Lusofonia(s)
Sexta-feira, 5 de Março
9:30 – 10:30
Porquê um Seminário Lusófono sobre Tortura e Memória?
José Manuel Pureza, Representante do Centro de Estudos Sociais – Lisboa
Raimundo Narciso, Presidente da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória
Cecilia Coimbra*, Representante do Movimento Tortura Nunca Mais (Brasil)
Catarina Vaz Pinto*, Vereadora da Cultura da CML
10:30 - 12:00
Projecção do filme “48”, de Susana Sousa Dias
12:00 – 12:30
Comentário pelo Dr. Afonso Albuquerque (Médico psiquiatra, autor de um livro sobre o impacto da tortura sobre presos políticos portugueses)
12:30 – 13:30
Debate sobre o filme, com a presença da realizadora Susana Sousa Dias
15:00 – 16:30
Projecção do filme “Memória para uso diário”, de Beth Formaggini
16:30 – 17:30
Comentário pelo Dr. Carlos Martin Beristain (Médico especialista em Saúde Mental, Universidade de Deusto, Bilbao) e por Alípio de Freitas (português, preso e torturado no Brasil.)
17:30 – 18:30
Debate sobre o filme, com a presença da realizadora
Sábado, 6 de Março
10:00 – 11:30
Projecção do filme “ Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta”, de Diana Andringa
11:30 – 12:00
Comentário por Miguel Cardina, historiador, investigador do CES e Victor Barros, investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20).
12:00 – 13:00
Debate sobre o filme, com a presença da realizadora
13:00 – 13:30
Como fazer da memória partilhada da tortura uma alavanca pela defesa da Cooperação e dos Direitos Humanos?
Secretário Executivo da CPLP, Eng. Domingos Simões Pereira*.
* A confirmar
3.3.10
2.3.10
8 de Março de 2010
Não alcançaram já as mulheres todos os seus direitos? Não existem mulheres nas mais diversas profissões? Não são as jovens mais bem sucedidas na escola do que os rapazes?
Estas são algumas das perguntas que continuam a bailar na cabeça de muitas pessoas pouco atreitas a estes dias especiais que se criam anualmente.
Contudo, não olhemos para a superfície das coisas, não olhemos apenas para a pele que até pode estar em bom estado. Olhemos, para aquilo que se passa dentro das casas, nos empregos, nas escolas e por esse mundo fora.
Se assim for, depressa descobrimos que a violência contra as mulheres é um flagelo social. Que todos os anos morrem às mãos dos maridos, companheiros, ex-companheiros, namorados dezenas de mulheres em Portugal. Damos conta que, em média, as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens. Verificamos que, nas escolas a tão apregoada igualdade entre rapazes e raparigas, não é bem assim , pois a violência no namoro começa a ter visibilidade. Nos empregos, o assédio moral e sexual atinge principalmente as mulheres. As penalizações laborais em função da maternidade continuam a existir, apesar das leis o proibirem. A almejada paternidade, por parte dos homens, não é bem vista por muitas entidades patronais.
Continuamos a verificar que o poder político é ainda muito cinzento, de fato e gravata. Tem pouca cor. Tem poucas mulheres. Continuamos a ver que no mundo há mulheres que são apedrejadas até à morte por terem tido um relacionamento fora do casamento. Existem milhares de jovens raparigas que são mutiladas sexualmente e que são forçadas a casamentos precoces.
Afinal, este ainda não é bem o mundo da justiça e do equilíbrio de poderes entre mulheres e homens. E, enquanto assim for, vale a pena falar do dia internacional das mulheres. Não apenas para se lhes oferecer uma flor nesse dia, mas para lembrar que elas têm de ser tratadas com igualdade de direitos.
A UMAR vai este ano, pela terceira vez, integrar a grande mobilização a nível internacional com as mulheres da Marcha Mundial das Mulheres. Em Lisboa, no Rossio, a partir das 17h 30m do 8 de Março, no arranque das acções e iniciativas que vão ocorrer ao longo de todo o ano de 2010 e que fazem parte da 3ª Acção Global desta rede feminista internacional.
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta