2.3.10

8 de Março de 2010

Por que razão continuamos a comemorar, ano após ano, o 8 de Março?
Não alcançaram já as mulheres todos os seus direitos? Não existem mulheres nas mais diversas profissões? Não são as jovens mais bem sucedidas na escola do que os rapazes?
Estas são algumas das perguntas que continuam a bailar na cabeça de muitas pessoas pouco atreitas a estes dias especiais que se criam anualmente.
Contudo, não olhemos para a superfície das coisas, não olhemos apenas para a pele que até pode estar em bom estado. Olhemos, para aquilo que se passa dentro das casas, nos empregos, nas escolas e por esse mundo fora.
Se assim for, depressa descobrimos que a violência contra as mulheres é um flagelo social. Que todos os anos morrem às mãos dos maridos, companheiros, ex-companheiros, namorados dezenas de mulheres em Portugal. Damos conta que, em média, as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens. Verificamos que, nas escolas a tão apregoada igualdade entre rapazes e raparigas, não é bem assim , pois a violência no namoro começa a ter visibilidade. Nos empregos, o assédio moral e sexual atinge principalmente as mulheres. As penalizações laborais em função da maternidade continuam a existir, apesar das leis o proibirem. A almejada paternidade, por parte dos homens, não é bem vista por muitas entidades patronais.
Continuamos a verificar que o poder político é ainda muito cinzento, de fato e gravata. Tem pouca cor. Tem poucas mulheres. Continuamos a ver que no mundo há mulheres que são apedrejadas até à morte por terem tido um relacionamento fora do casamento. Existem milhares de jovens raparigas que são mutiladas sexualmente e que são forçadas a casamentos precoces.
Afinal, este ainda não é bem o mundo da justiça e do equilíbrio de poderes entre mulheres e homens. E, enquanto assim for, vale a pena falar do dia internacional das mulheres. Não apenas para se lhes oferecer uma flor nesse dia, mas para lembrar que elas têm de ser tratadas com igualdade de direitos.
A UMAR vai este ano, pela terceira vez, integrar a grande mobilização a nível internacional com as mulheres da Marcha Mundial das Mulheres. Em Lisboa, no Rossio, a partir das 17h 30m do 8 de Março, no arranque das acções e iniciativas que vão ocorrer ao longo de todo o ano de 2010 e que fazem parte da 3ª Acção Global desta rede feminista internacional.


UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta

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