8.3.10

as mulheres, a guerra e o meu avô


No dia em que a primeira mulher cineasta foi premiada com um Oscar pela Academia de Hollywood fico a pensar «porquê só agora». Faço disto uma afirmação mais do que interrogação. O estado de coisas trouxe-nos até aqui. Para o mudar é preciso mais do que introduzir uma peça de vestuário no nosso guarda-roupa de seis em seis meses. É uma coisa mais profunda. A desigualdade de género é como a chuva... permanece... permanece. Nas artes e na cultura a desigualdade funciona como noutro âmbito qualquer, a subtileza é a mesma. O que é um facto é que em 2010 há uma mulher cineasta que ganha um Oscar, não por estar à frente das câmaras, sendo dirigida, mas atrás delas, dirigindo. É curioso que Kathryn Bigelow tenha ganho o Oscar com um filme sobre guerra, e portanto sobre um mundo masculino, onde já há militares mulheres, mas poucas. Portanto, um filme realista, também sobre hiearquias masculinas. Esta temática da guerra fez-me pensar no meu avô, que participou na I Grande Guerra. Fica aqui a minha homenagem a ele (em fotografia, acima). E claro, bato a pala à Kathryn, por este feito - Estado de Guerra Oscar para Melhor Filme, e mais cinco estatuetas, incluindo a de Melhor Realizador(a). Talvez isto me convença a ir vê-lo numa sala próxima de mim.
Agora, uma coisa é certa: continuo a ser pela paz e desmilitarização, um dos eixos da 3ªacção global da Marcha Mundial das Mulheres.

1 comentário:

Unknown disse...

Pois Cristina, ele foi um sobrevivente da batalha de La Lys. Lembro-me bem dos detalhes que me contou várias vezes e do seu apreço pelas francesas...
Quanto ao filme, ainda não fui ver, mas finalmente uma mulher com "tomates" ganhou o merecido Oscar.

Susana