«Era uma vez, uma menina do Norte que tinha seis anos e gostava muito de cães.
Ela era teimosa e um bocadinho desobediente.
Perto da aldeia onde vivia havia uma floresta rodeada de lobos, e os homens da aldeia diziam aos filhos para não irem para lá. A menina e os primos pensavam que os pais exageravam e queriam ver o que havia na floresta.
A menina atreveu-se a ir um dia à floresta e perdeu-se.
Anoiteceu e ela começou a ficar com tanto frio que não se conseguia mexer. Ouviu uns passinhos, viu que era um cão grande e por isso não teve medo. O cão aproximou-se e com o seu bafo quente aqueceu a menina.
Os caçadores andaram toda a noite à procura da menina com espingardas e tochas mas não a encontraram.
A lua foi-se embora e ficou dia.
O cão de manhã foi-se embora devagarinho para não acordar a menina.
Os caçadores encontraram a menina que acordou e contou-lhes a história. Um cão grande e muito meigo tinha-a salvo, mas os caçadores perceberam que era uma loba.
Agora a menina tem quinze anos e às vezes aproxima-se da floresta e senta-se numa pedra a pensar naquela noite que foi a mais importante da vida dela.»
Ela era teimosa e um bocadinho desobediente.
Perto da aldeia onde vivia havia uma floresta rodeada de lobos, e os homens da aldeia diziam aos filhos para não irem para lá. A menina e os primos pensavam que os pais exageravam e queriam ver o que havia na floresta.
A menina atreveu-se a ir um dia à floresta e perdeu-se.
Anoiteceu e ela começou a ficar com tanto frio que não se conseguia mexer. Ouviu uns passinhos, viu que era um cão grande e por isso não teve medo. O cão aproximou-se e com o seu bafo quente aqueceu a menina.
Os caçadores andaram toda a noite à procura da menina com espingardas e tochas mas não a encontraram.
A lua foi-se embora e ficou dia.
O cão de manhã foi-se embora devagarinho para não acordar a menina.
Os caçadores encontraram a menina que acordou e contou-lhes a história. Um cão grande e muito meigo tinha-a salvo, mas os caçadores perceberam que era uma loba.
Agora a menina tem quinze anos e às vezes aproxima-se da floresta e senta-se numa pedra a pensar naquela noite que foi a mais importante da vida dela.»
Maria C., 9 anos
Aluna do 3º ano do 1º ciclo.
Na fotografia, vemos a autora num momento da sua infância, quando ainda não escrevia os fantásticos contos que hoje assina, e cuja publicação A Cidade das Mulheres se orgulha de iniciar no Dia Mundial da Criança. Para quem gostar do tema abordado nesta história infantil, sugere-se aqui um livro sobre a essência da alma feminina: «Mulheres que correm com os lobos» da psicóloga Clarissa Pinkola Estés.
A Cidade das Mulheres informa ainda que, em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que fosse criado um dia dedicado às crianças de todo o Mundo. Os Estados Membros das Nações Unidas (ONU) propuseram este dia 1 de Junho como o Dia Mundial da Criança, reconhecendo que, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, todas as crianças necessitam de cuidados e atenções especiais. A propósito do Dia Mundial da Criança, a Associação de Mulheres Contra a Violência (AMCV), reconhecendo a responsabilidade de toda a sociedade na protecção das crianças, associa-se a este dia através de várias iniciativas, entre as quais uma conferência de imprensa entre as 11h00 e as 13h00 na Sala Casablanca do Hotel Marriott (Avenida dos Combatentes, 45), em Lisboa. Tendo em conta o Art. 19º da Convenção dos Direitos da Criança, esta associação apela ao Estado Português que tudo faça para proteger as crianças contra todas as formas de maus tratos e estabeleça programas sociais para a prevenção dos abusos e apoio às vítimas. Constituída em 1993, a AMCV é uma organização não governamental (ONG), independente, laica e sem fins lucrativos, cuja missão é questionar e desafiar as atitudes, crenças e padrões culturais que perpetuam e legitimam a violência contra as Mulheres, Crianças e Jovens.