Para ti, segue-se esta «Primavera» de Judith Teixeira.
Nos vinhedos, aloiram-se, distantes,
sob o orvalho cristalino,
os pâmpanos rosados,
e onduleiam-se num ritmo divino
os prados verdejantes
em tons esmeraldados...
E músicos estúrdios, os pardais,
andam a revolver-se na poeira doirada
a chilrear seus esponsais
desde os primeiros risos da alvorada!
Estua arfando a terra inteira
na seiva de miríades de vidas
rompendo - a desabrochar...
E o grande Semeador
que fez a sementeira,
também deu às pombas pretas doloridas,
o anseio sagrado
de noivar!
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E o meu coração,
o mago feiticeiro da melancolia,
esse nostálgico roussinol,
anda a ensaiar um hino de alegria,
- embriagado de sol!
Maio
1922
1 comentário:
L-i-n-d-o...
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